Renata Giraldi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Em meio ao agravamento da crise econômica internacional e às dificuldades de alguns países ricos, especialmente do bloco europeu, o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, defendeu hoje (31) que os líderes políticos prestem atenção aos mais pobres, que, segundo ele, escreverão a história do mundo.
De acordo com Mujica, o desafio "é enorme", mas é preciso enfrentá-lo. Para ele, a incorporação da Venezuela ao Mercosul é um marco histórico que fortalece a determinação de enfrentamento dos efeitos da crise e da inclusão social.
“Os mais pobres, a gigantesca maioria, não encontram condições de se expressar. A grande maioria está ali nos contemplando, contemplando este debate, e o nosso dever é incluir para que participem. Estamos em um momento histórico. Estamos escrevendo a história do futuro”, disse Mujica, na cerimônia de incorporação da Venezuela, no Palácio do Planalto.
Ao mencionar os efeitos da crise econômica internacional no mundo, o presidente uruguaio disse que a América do Sul vive uma situação oposta e um momento histórico. “É agora ou nunca. O desafio é enorme”, resumiu.
Pepe Mujica observou que o mundo industrial está em crise e, agora, parece que os pobres são eles. “Nossos imigrantes que estavam na Europa estão voltando, agora que acertamos tanto as nossas políticas. O fato é que nunca, ao longo da história da América Latina, tivemos oportunidades como essa”, completou.
Participaram da solenidade de incorporação da Venezuela ao Mercosul a presidenta Dilma Rousseff, os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina), além de Mujica. Com o país suspenso do bloco desde o final de junho, as autoridades paraguaias não participaram da cerimônia.
O Paraguai era o único país do bloco econômico que ainda não havia aprovado o ingresso da Venezuela. Com sua suspensão, ficou aberto o caminho para a admissão do novo sócio.
A cerimônia que oficializa o ingresso da Venezuela não significa que o país será integrado imediatamente ao bloco. A incorporação, na prática, só ocorrerá em agosto, quando todos os prazos tiverem sido cumpridos, atendendo às normas do Mercosul.
Edição: Davi Oliveira