Danilo Macedo
Enviado especial da EBC
Londres – Na transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres, uma imagem tem chamado tanta atenção do público britânico quanto a apresentação dos atletas. Nos estádios de futebol, arenas de natação e ginástica, entre outros centros esportivos, é possível ver fileiras inteiras da arquibancada vazias. A imprensa local trata o problema como o “fiasco dos assentos vazios”.
Os lugares desocupados podem ser vistos em competições que, supostamente, tiveram todos os ingressos vendidos. A população, que antes do início dos Jogos já reclamava da dificuldade para consegui-los, não gostou do que viu. A organização do evento responsabiliza atletas, representantes de federações esportivas e patrocinadores por não estarem comparecendo às áreas reservadas a eles.
O inglês James Fraser, que foi hoje (30) com os filhos ao Hyde Park, onde está um dos telões espalhados pela cidade que transmitem ao vivo as provas, para “sentir o clima olímpico”, disse que não faz sentido haver lugares vazios nos locais de competições. “Isso é frustrante porque muitas pessoas enfrentaram filas e não conseguiram comprar ingressos e vemos pela televisão um monte de fileiras vazias. Eu queria ir com meus filhos assistir alguns jogos e não tem ingressos”, contou ele, acrescentando que os ingressos que restam estão muito caros.
O brasileiro Carlos Eduardo Souza, de Campinas (SP), veio com a namorada assistir às Olimpíadas. Ele disse que foi ao jogo do tenista suíço Roger Federer, um dos melhores jogadores da história, e ficou impressionado com a quantidade de assentos vazios na área restrita. “Os lugares a preços mais populares estavam cheios, mas os para os VIPs estavam vazios. É estranho porque os melhores lugares, mais próximos dos atletas, ficam vazios, e deve ser ruim até para o atleta”, disse.
O presidente do Comitê Organizador das Olimpíadas de Londres, Sebastian Coe, disse em entrevista coletiva que as cadeiras vazias nas áreas restritas são normais na fase inicial e acha que não será um problema no decorrer da competição. Apesar disso, para reduzir a repercussão negativa, professores e crianças em idade escolar, além de oficiais das Forças Armadas em folga começaram a ser trazidos para ocupar parte desses lugares.
Coe também afirmou que serão colocados mais ingressos à venda e adotado um sistema em que as pessoas que deixarem os estádios antes do fim das competições poderão passar seus tíquetes a outras que estiverem do lado de fora, como já foi feito no torneio de tênis de Wimbledon, realizado na capital inglesa.
O ministro britânico da Cultura e do Esporte, Jeremy Hunt, disse à emissora pública de televisão BBC que a questão é “muito decepcionante” e que os ingressos que não forem usados pelos patrocinadores devem ser disponibilizados ao público.
Edição: Carolina Pimentel