Vendas aquecidas no mercado editorial brasileiro devem impulsionar Bienal do livro de São Paulo

28/07/2012 - 14h22

Fernanda Cruz
Repórter Agência Brasil

São Paulo – O aumento 7,2% nas vendas de livros no Brasil em 2011, na comparação com as vendas de 2010, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe), traz boas perspectivas para a 22ª Bienal Internacional do Livro, de 9 a 19 de agosto, na capital paulista.

De acordo Mansur Bassit, diretor executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), os dados apontam que a produção e a venda do mercado editorial estão bastante aquecidas, em função, principalmente, das aquisições do governo, por meio do Plano Nacional do Livro Didático. Pelos números da Fipe, no ano passado, os brasileiros compraram cerca de 470 milhões de livros, um recorde de vendas para o setor.

Outro fator que contribuiu para o aquecimento das vendas foi a queda no preços dos exemplares. No acumulado de 2004 a 2011, segundo a CBL, houve declínio real médio de 44,9%. Em 2010, o preço médio do livro era R$ 12,94 e, no ano passado, caiu para R$ 12,15.

Apesar do aumento recente da compra de livros, as preferências do público, segundo Bassit, continuam sendo os escritores como Machado de Assis e Monteiro Lobato. O público adolescente, por sua vez, prefere ficções da moda, como a história dos vampiros da saga Crescúpulo, da autora Stephenie Meyer. Nessa linha juvenil, Cecily Von Ziegesar, que escreveu o livro que deu origem ao seriado Gossip Girl, é presença confirmada na Bienal, assim como Thalita Rebouças.

Além dos autores de livros juvenis, os amantes de literatura poderão participar de um debate, no dia 15 de agosto, com o escritor Inácio de Loyola Brandão, autor d e O Menino que Vendia Palavras, ganhador do Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção em 2008. Será possível também conferir a homenagem a Jorge Amado e Nelson Rodrigues, que em 2012 completariam 100 anos.

Na Bienal do Livro, além disso, os visitantes que gostam de tecnologia poderão comprar obras digitais. Segundo Mansur Bassit, os títulos nesse formato estão cada vez mais presentes na feira e convivem em harmonia com com o livro de papel. “Ele [formato digital] tem muito para expandir em um país com tanta demanda. E veio para ficar, junto com o livro imprenso”, disse. Em 2011, 5.200 títulos digitais foram lançados, segundo o levantamento da Fipe. Isso representa 9% do total de livros lançados no ano passado, que foram aproximadamente 58 mil.

A Bienal será no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Avenida Olavo Fontoura, 1.209, zona norte da capital paulista. O horário de visitação será das 10h às 22h entre os dias 9 e 18 de agosto. No dia 19 de agosto, a feira vai funcionar das 10h às 20h, com entrada até as 18h. Os ingressos custam R$12 a inteira e R$ 6 a meia entrada. Professores, profissionais da cadeia produtiva do livro, bibliotecários, estudantes inscritos pelo sistema de visitação escolar programada, maiores de 60 anos e crianças até 12 anos têm entrada livre, mediante a apresentação de documento comprobatório.

 

Edição: Aécio Amado