Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O cólera matou pelo menos 7.418 pessoas, inclusive bebês e crianças, no Haiti, em um ano e nove meses, segundo o Ministério da Saúde do país. Os dados se referem desde outubro de 2010 quando surgiu o surto no país. Apenas 2% dos 10 milhões de pessoas no Haiti têm acesso à água potável. Praticamente não há sistema de esgoto e é comum o hábito de banheiros a céu aberto. O país é o mais pobre das Américas e a situação se agravou depois do terremoto de janeiro de 2010.
No entanto, a diretora de Epidemiologia da Agência de Saúde do Haiti, Roc Magloire, disse que tem reduzido o número de mortes, nas últimas semanas. De acordo com ela, a incidência da doença é maior no Norte e Oeste do Haiti, incluindo a capital, Porto Príncipe.
Pesquisadores dos Estados Unidos informaram, em junho, que a epidemia é causada por dois tipos de bactérias e, não apenas uma de origem oriental, como se examinavam anteriormente. Estudos iniciais indicaram que a doença foi causada por uma bactéria nativa da Ásia e introduzida por soldados nepaleses, membros da Missão de Paz da Organização das Nações Unidas para a Estabilização (Minustah) no Haiti.
Uma equipe de geneticistas da Universidade de Maryland (nos Estados Unidos) encontrou um novo tipo de bactéria, aparentemente de origem local. Essa nova bactéria, batizada de V. Cholerae 01/0139, é encontrada em rios e nos estuários no Hemisfério Ocidental, com características semelhantes às infecções decorrentes da doença.
Os detalhes sobre a bactéria estão na revista médica Proceedings of National Academy of Sciences. O estudo foi conduzido pelas cientistas Claire M. Fraser-Liggett e Rita R. Colwell, que coletaram amostras de fezes de 81 vítimas do cólera, em 18 cidades no Haiti, em novembro de 2010, quando começou o surto da doença no país.
Em meados de junho, os Médicos sem Fronteiras (organização humanitária) lamentaram a falta de apoio da comunidade internacional para combater a epidemia do cólera no Haiti, que atingiu cerca de 10 mil pessoas suspeitas de estarem com a doença.
*Com informações da agência pública de notícias da Venezuela, AVN.
Edição: Talita Cavalcante