Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília – O filme Na Estrada, uma produção estrangeira, dirigido pelo brasileiro Walter Salles, será exibido hoje (12), durante a cerimônia de abertura da primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Brasília, no Teatro Nacional. A exibição será restrita a convidados.
A partir de amanhã (13), a mostra ocupa dois espaços da capital federal – o Cine Cultura Liberty Mall e a sala Alberto Nepomuceno, do Teatro Nacional. Além da adaptação de Salles (diretor de Central do Brasil, Diários de Motocicleta, entre outros) do clássico livro On the Road, escrito pelo norte-americano Jack Kerouac, mais 45 longa-metragens de vários países vão participar do festival que vai até o próximo dia 22.
Doze títulos disputam a mostra competitiva, que irá premiar com US$ 10 mil os vencedores das categorias de melhor filme, direção, fotografia, ator e atriz, totalizando US$ 50 mil dólares em prêmios.
A proposta dos organizadores do festival de investir na diversidade temática e de estilos transparece na seleção dos doze filmes que concorrem ao prêmio de melhor produção. Limitando a inscrição a cineastas com no máximo três títulos no currículo, a mostra conseguiu atrair novos talentos, alguns já testados em importantes festivais, entre eles o de Cannes (França), Sundance (EUA) e Berlim.
“Foi uma forma de privilegiarmos os novos talentos, já muito bem recebidos no circuito dos festivais internacionais, mas ainda pouco conhecidos ou até mesmo desconhecidos pelo público brasileiro”, disse à Agência Brasil o diretor-geral do festival, Nilson Rodrigues, esclarecendo que a diversidade de estilo também fica patente na origem dos diretores presentes ao evento: Macedônia, Albânia, Chile, Estados Unidos, Colômbia e Inglaterra, entre outros.
Além da mostra competitiva, o festival também organizou seis mostras paralelas, sendo uma delas dedicada à atriz francesa Anna Karina. Protagonista de importantes filmes franceses, nos quais trabalhou com diretores como Jean-Luc Godard.
Karina está presente em seis obras que serão exibidas durante o festival. Ela também fará um show durante a abertura do evento e deve participar, no domingo (15), de um debate sobre o movimento cinematográfico Nouvelle Vague, no Shopping Liberty Mall, às 17h30.
O festival também dedicou um espaço especial para as novidades latino-americanas, segmento marcado por obras com forte conotação político-social e representado por sete títulos, todos dirigidos por mulheres.
“Identificamos o crescimento do número de mulheres filmando e achamos interessante associar isso à maior presença feminina na vida pública latino-americana, com várias mulheres no poder”, disse Rodrigues. Os filmes da mostra Cara Latina foram produzidos na Argentina, no Chile, na Colômbia, no Equador, em Honduras, na Venezuela e no Brasil, onde a carioca Lúcia Murat dirigiu Uma Longa Viagem.
O festival também terá o mostras dedicadas ao novo cinema europeu (representado por quatro títulos); à produção cinematográfica africana (cinco filmes); ao chamado cinema independente norte-americano (seis obras) e ao cinema de animação.
Edição: Aécio Amado