Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Líbia é um país multicultural, como define o novo embaixador do Brasil em Trípoli (capital líbia), Afonso Carbonar. Criado a partir das colonizações grega, romana e egípcia, o país mescla ainda a cultura dos povos nômades que lá estavam quando chegaram os estrangeiros. Até os dias atuais, os resquícios dos séculos anteriores estão presentes no cotidiano dos líbios, que oficialmente falam árabe, mas mantêm numerosos dialetos.
No dia a dia, os líbios misturam um cardápio com características das cozinhas árabe e italiana. Com 84% da população alfabetizada, é comuns andar pelas ruas das grandes cidades e esbarrar com pessoas que falam, além do árabe, o italiano e o inglês. O Conselho Nacional de Transição (CNT), que detém o poder na Líbia, quer criar salas de leituras públicas, um dos apelos da população.
A Líbia é dona da nona maior reserva de petróleo do mundo e da 25ª de gás natural. O país também registra Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$ 100 bilhões (dados de 2008 a 2010). Só com o Brasil há uma carteira de projetos e negócios estimada em US$ 5,8 bilhões. Para o embaixador, esses negócios deverão chegar a US$ 10 bilhões nos próximos cinco anos.
Em meio a dados positivos da economia, os líbios vivem, porém, dificuldades concretas no seu dia a dia. Dependentes do comércio exterior para alimentos e produtos básicos de subsistência, eles sofrem também com as limitações causadas por anos de isolamento e conflitos. Há carência na área de atendimento médico e odontológico, por exemplo.
Ao visitar o Brasil em abril, o o vice-primeiro-ministro da Líbia, Omar Abdelkarim, ajudou a negociar a liberação de um carregamento de medicamentos, enviado pelo Brasil, no valor de R$ 1,2 milhão. Os medicamentos foram comprados por meio de uma ação conjunta de empresas brasileiras que atuam na Líbia – Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
Edição: Graça Adjuto