Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os habitantes do Espírito Santo são os que pior avaliam a qualidade da saúde pública prestada no estado. De zero a dez, a nota atribuída foi 2,07. A média nacional foi 5,29. Mato Grosso, por outro lado, foi o estado com nota mais alta, 7,3. Os dados são da Caravana Nacional da Saúde 2012, coordenada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A pesquisa, realizada pelos conselhos regionais de Medicina (CRMs), ouviu cerca de 500 pessoas, em 43 municípios de 14 estados brasileiros com os piores índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
O município que teve a nota mais baixa foi também do Espírito Santo, 1,5 em Pedro Canário. O município brasileiro que se saiu melhor na avaliação dos habitantes foi Lati, em Pernambuco, com nota de 8,1.
A pesquisa dos CRMs também avaliou a qualidade dos serviços públicos em geral, como lazer, educação, transporte, moradia, coleta de lixo,combate ao uso de drogas e combate à corrupção. A média total das avaliações desses serviços foi 4,8. Para chegar a essa nota, os conselhos regionais aplicaram questionários simples e livres, para que a população desse nota aos serviços de forma espontânea e perceptiva.
“A pesquisa não tem um rigor científico, mas de percepção de realidade, especialmente em um ano eleitoral, em que há intensivo uso de marketing. Todos os itens levantados pelo questionário fazer parte do dia a dia do cidadão”, informou o coordenador da caravana, Ricardo Paiva.
Como resultado da pesquisa, foram elaboradas propostas de melhorias que podem ser executadas pelo Poder Público em saúde e outros serviços. As sugestões são: incorporar aos currículos escolares aulas de direitos humanos; aumentar em 40% os serviços de saneamento básico; dobrar os atendimentos do Programa Saúde da Família; oferecer psicoterapia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); melhorar os programas pedagógicos nas escolas; aumentar a remuneração de professores; facilitar o acesso ao crédito; implementar cursos profissionalizantes em escolas de nível médio e melhorar o acesso ao lazer e ao transporte público.
“Esta nação é a sexta economia do mundo, será a quinta, mas ainda ocupa o 87º lugar no ranking de desigualdade, entre 137 países. É um paradoxo. Precisamos focar em assistência à saúde porque está provado que é a melhor forma de combate à desigualdade social”, disse o vice-presidente do CFM, Carlos Vidal. Ele estimou ainda que o resultado encontrado pelas pesquisas não difere da avaliação do CFM.
A coordenadora de Fiscalização do CRM no Ceará, Neodan Tavares, sugeriu que a mesma caravana seja feita nas periferias das capitais. “Acredito que encontraremos realidades muito semelhantes para então fazermos um comparativo”, informou.
Edição: Davi Oliveira