Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ponto de encontro de muitos brasilienses nos fins de semana, para caminhadas e brincadeiras infantis, o Parque da Cidade se transforma também, aos poucos, em palco preferido para campanhas de saúde pública e manifestações comunitárias. Hoje (24) ocorreu, por exemplo, o lançamento da Semana Nacional de Prevenção às Drogas, realizada simultaneamente em todo o país.
A Secretaria de Justiça do Distrito Federal (DF) instalou uma tenda no local para distribuição de cartilhas e cartazes com esclarecimentos sobre os malefícios causados pelo uso de álcool, crack, cocaína, maconha e outras substâncias psicotrópicas. Além disso, servidores da Subsecretaria de Políticas sobre Drogas (Subad) faziam contato com pessoas que buscavam informações sobre como agir, principalmente nos casos em família.
Coordenador da equipe, o subsecretário Mário Gil Guimarães destacou que o trabalho feito no DF, desde agosto do ano passado, tem foco na prevenção, no tratamento e na reinserção social. Razão pela qual é articulado por 15 secretarias do governo local e pela Companhia de Planejamento (Codeplan). Em alguns casos, porém, a ação extrapola os limites do DF, com palestras também na região do Entorno, que “está de costas para Goiânia e de frente para nós”, salientou.
De acordo com Gil Guimarães, a atuação da equipe da subsecretaria tem sido mais intensa nas escolas e em canteiros de obras, do DF e Entorno. “Basta nos comunicar, que enviamos palestrantes ao local para apresentar nosso material e tirar dúvidas da comunidade sobre o uso de drogas. Para tanto, usamos linguagem direta, propositiva, de modo a facilitar o maior acesso possível às informações”, disse ele.
A ação mais contundente tem sido em relação ao uso de crack, que tem se revelado como “a droga mais devastadora”, segundo Guimarães, porque, além de barata e de fácil acesso, é altamente viciante. “Provoca dependência em no máximo três vezes, visto que o efeito no cérebro é imediato, entre oito e dez segundos, e o efeito passa logo, em no máximo 15 minutos, e faz com que o usuário queira logo outra dose”, explicou.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) citados pelo subsecretário informam que, em cada grupo de dez dependentes químicos, apenas três conseguem algum controle da dependência, três têm recaídas constantes de consumo e quatro morrem. Além disso, mais de 90% das mortes violentas estão de alguma forma associadas ao uso de drogas e de armas de fogo, juntas ou separadamente.
O uso de drogas, lícitas ou não, é portanto uma das maiores mazelas humanas hoje em dia, como diz uma paródia musical do cantor Judson, conhecido como Apagão, apresentada no lançamento da campanha Viva a Vida sem Drogas.
Edição: Juliana Andrade