Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, afirmou no fim da tarde desta quinta-feira (21) à Agência Brasil que o cenário político no Paraguai é “complexo demais”, mas que a usina permanecerá imune à instabilidade no país vizinho.
“Em toda a história, nunca Itaipu deixou de produzir energia, nosso tratado nos deixa imunes, fora de qualquer contaminação de problemas políticos de ambos os países”, declarou Samek, que está no Rio de Janeiro, onde participa da Rio+20. “Os problemas do Paraguai são dos paraguaios. Os do Brasil, dos brasileiros. O Tratado de Itaipu nos dá essa garantia”.
Jorge Samek, que retorna ainda hoje à Foz do Iguaçu, disse que mantém contato permanente com o diretor-geral paraguaio da usina, Efraín Enríquez Gamón, que viajou a Assunção. “Estou impedido de comentar as questões internas do Paraguai. O que posso dizer é que hoje, no Mercosul, não cabem procedimentos que não correspondam às normas constitucionais”.
O diretor brasileiro disse ainda aguardar a posição do governo do Brasil sobre a crise política paraguaia iniciada com a abertura de impeachment contra o presidente Fernando Lugo. A presidenta Dilma Rousseff deve divulgar ainda hoje um comunicado oficial acerca do episódio.
“Com mais de cem chefes de Estado presentes aqui no Rio, não poderia ter dia pior do que este para organizar uma reação”, comentou Samek. “Tanto que o ministro [Antonio] Patriota [Relações Exteriores], que presidiria amanhã a sessão de encerramento da maior conferência do planeta, terá que viajar às pressas para Assunção.”
Edição: Davi Oliveira
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