Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, chamou a atenção hoje (21) a importância de os governos locais e os líderes de todo o mundo caminharem cada vez mais juntos na busca do desenvolvimento sustentável. Ele disse que, no mundo globalizado, há pouca diferença entre governos locais e governos nacionais e destacou as ações que vêm sendo empreendidas pelas prefeituras municipais para encontrar soluções para os problemas de transporte e de água, por exemplo.
Segundo Ban Ki-moon, foram feitos progressos em relação a ações sustentáveis no documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que será firmado amanhã (22) pelos países-membros da ONU. “Há avanços para o desenvolvimento sustentável”, disse.
O secretário-geral da ONU que o tema cidades sustentáveis também foi contemplado. Ele observou que a urbanização crescente é a raiz dos problemas enfrentados pelas cidades no que diz respeito às mudanças climáticas. Por isso, Ban Ki-moon pediu o comprometimento dos governos locais para superar esse desafio e garantir às populações um ambiente de vida mais decente. “O envolvimento dos prefeitos é importante para evitar a pobreza, para proteger o meio ambiente e reduzir os riscos [das emissões de gases poluentes].”
Ban Ki-moon analisou que o documento conclusivo da Rio+20 não será o final do caminho rumo ao desenvolvimento sustentável, mas o início do processo. Ele lamentou que a ONU não possa dar suporte financeiro aos governos locais para que efetivem ações de redução das emissões de gases de efeito estufa.
Ele informou que a ONU vai criar um fundo de tecnologias verdes, com recursos no valor de US$ 100 milhões, para serem aplicados na viabilização de projetos para garantir o acesso de pessoas sem eletricidade nos países mais pobres à energia.
O presidente da instituição Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei), David Cadman, declarou que “há um senso de urgência que nós [governos locais] não sentimos nos governos nacionais”. A expectativa, segundo ele, era que a Rio+20 compensasse o que não foi feito nos últimos 20 anos, no mundo, em relação às mudanças climáticas. “O documento final da Rio+20 inclui as cidades, mas não os governos nacionais como gostaríamos”, manifestou.
Para ele, os governos nacionais e internacionais têm de ajudar os governos locais na promoção do desenvolvimento sustentável. Cadman frisou a necessidade de parceria e ajuda dos governos nacionais e internacionais. “Não temos tempo a perder”.
Ainda com relação ao documento, o secretário-geral da ONU reiterou que o documento da conferência estabelece orientações concretas em 26 áreas principais, entre as quais cidades e urbanização. Segundo Ban Ki-moon, há ainda problemas como falta de água, de saneamento, de transporte, questões climáticas, desertificação, desmatamento, para os quais seria impossível qualquer esforço sem a participação ativa das cidades.
Ele anunciou que será criado um painel com pessoas de alto nível, que vai trabalhar essas questões também no nível político. Ele designou o presidente da Libéria e o primeiro-ministro da Inglaterra para liderar o painel, que discutirá as ações e objetivos do desenvolvimento sustentável. Na avaliação do secretário-geral da ONU, os líderes mundiais que participam da Rio+20 acabarão concordando com um fórum político inclusivo para debater o desenvolvimento sustentável, capaz de criar condições para um mundo mais próspero e de maior qualidade para todos, nos níveis econômico, social e ambiental.
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Edição: Lana Cristina