Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas Especiais
Rio de Janeiro – A decisão dos negociadores do G77 (grupo dos países em desenvolvimento) de deixar as discussões sobre economia verde e apresentar uma nova proposta de texto foi minimizada hoje (15) pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Assuntos Econômicos e Sociais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Nikhil Seth. Segundo ele, a discussão é apenas conceitual.
“Cada moderador fez uso de uma abordagem [estratégia de negociação distinta]. E, no caso do G77, o moderador de Barbados [país no Caribe] achou que devido às diferenças, deveria partir para uma discussão conceitual”, disse Seith.
De acordo com os negociadores, a estratégia de abandonar certas reuniões para pressionar faz parte da tática nas reuniões internacionais. Segundo Seth, a transparência, a abertura nas negociações e a precisão predominam nos debates. “[Queremos que os] problemas desapareçam antes da chegada dos chefes de Estado e de Governo [no dia 20]”, disse ele. “[Estamos] trabalhando para isso.”
Porém, nos bastidores, as dificuldades em torno das polêmicas e divergências predominam. Há ausência de consenso envolvendo pelo menos seis temas: as definições de metas, a capacitação de profissionais para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, além da possibilidade de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da criação de um fundo de US$ 30 bilhões para o desenvolvimento sustentável.
Em geral, as discussões envolvem divergências entre os negociadores dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. As diferentes interpretações, as questões de política e economia internas associadas às definições de prioridades dividem os debates.
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Edição: Lílian Beraldo