Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Empresas brasileiras podem liderar compromissos voluntários para colocar em prática o desenvolvimento sustentável. A opinião é da secretária executiva da Rede Brasileira do Pacto Global das Nações Unidas (ONU), Yolanda Cerqueira Leite. Ela antecipou discussões do Fórum de Sustentabilidade Empresarial Rio+20, que começa amanhã (15). O fórum reunirá 2 mil chefes de empresas de todo mundo até dia 18, quando será anunciado o documento final.
Diante da crise econômica pela qual passam países desenvolvidos, Yolanda acredita que o Brasil, em situação um pouco mais favorável, pode se destacar no estabelecimento de metas mais ousadas. Principalmente, ao incentivar a adoção de práticas sustentáveis por médias e pequenas empresas, que são fornecedoras das companhias maiores. Para Yolanda, outro efeito seria a influência que poderiam exercer subsidiárias em suas matrizes, que estão localizadas fora do país.
"O Brasil está em um momento privilegiado. Não quer dizer que será imune a tudo o que acontece lá fora, mas, nesse momento, tem mostrado liderança. A rede de energia, por exemplo, é a mais limpa do planeta, tem a questão do etanol. Então, acredito na liderança Brasil nesse papel de ser exemplo para países desenvolvidos e em desenvolvimento", declarou a secretária.
Empresas brasileiras e estrangeiras, dentre as quais, Petrobras, a Vale, a Microsoft, a SK e a Siemens, além de diversos bancos vão se reunir no fórum empresarial. A ideia é mostrar experiências bem sucedidas, lançar bases para criação de indicadores e traçar 100 compromissos para assegurar o desenvolvimento sustentável. O encontro termina na próxima segunda-feira (18), quando o documento final será apresentado aos governos, na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Segundo Yolanda, uma das recomendações do texto será direcionada aos governos. De acordo com a secretária, corporações que investem na sustentabilidade querem incentivos. "As empresas que têm práticas mais sustentáveis assumem riscos de ter um custo maior e, conseqüentemente, uma perda de competitividade. Como o governo tratará isso, está entre os temas", disse.
No evento paralelo à Rio+20, os executivos vão se debruçar sobre temas como eficiência energética, consumo de água, agricultura e desenvolvimento social, por exemplo. Eles convidarão a sociedade civil para discutir formas de dar transparência às ações.
O fórum empresarial é uma iniciativa do Pacto Global das Nações Unidas. Lançado em 2000, conta com cerca de 7 mil signatários no mundo. A meta é elevar as parcerias para 20 mil até 2020.
Edição: Lana Cristina