Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – No Dia Mundial do Doador de Sangue, lembrado hoje (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama a atenção para a demanda cada vez maior por sangue e hemoderivados em todo o mundo – sobretudo em países mais desenvolvidos, onde sistemas de saúde mais avançados realizam procedimentos médicos e cirúrgicos de alta complexidade.
“Todos os anos, milhões de pessoas contam com a generosidade de outras, mas os índices de doação de sangue variam consideravelmente e a demanda cresce em todo o mundo”, alertou a organização em comunicado divulgado hoje, ao fazer um apelo para que mais pessoas doem sangue voluntariamente e regularmente.
Cerca de 92 milhões de doações são feitas todos os anos no mundo – a maioria por voluntários. Entretanto, desse total, 30 milhões realizam o procedimento uma única vez e não retornam aos hemocentros para novas doações. Atualmente, apenas 62 países têm bancos de sangue capazes de atender às próprias necessidades.
De acordo com a OMS, o aumento na expectativa de vida e o consequente crescimento de doenças crônicas relacionadas ao avanço da idade exigem transfusões de sangue e uso de hemoderivados que vão além da oferta existente.
Outro problema é que alguns produtos derivados do sangue utilizados, por exemplo, no tratamento de pacientes com câncer, como plaquetas, têm durabilidade pequena, cerca de cinco dias. “Isso significa que precisamos de cada vez mais doadores de sangue para sanar essas demandas”, ressaltou a organização.
A OMS destacou que hemorragias durante o trabalho de parto ou após o parto são a principal causa de morte materna em todo o mundo. Dados indicam ainda que as hemorragias são responsáveis por mais de 468 mil mortes todos os anos de um total de 1,3 milhão de óbitos provocados por acidentes de trânsito.
A professora Patrícia Laet, 26 anos, doou sangue hoje pela primeira vez, graças a uma campanha de conscientização feita pela escola do filho. Pouco antes da coleta, ela contou que não estava com medo e que conhece outras pessoas já doaram sangue.
“De agora em diante, pretendo doar sempre. Percebi o quanto é importante depois que uma irmã de um amigo precisou de muito sangue e, se não tivesse recebido, teria morrido.”
O gestor na área de recursos humanos Jonata José Pereira, 29 anos, mantém o hábito de doar sangue pelo menos três vezes ao ano desde 2005, incentivado pela irmã, Gilda Neres, que também é doadora.
“Hoje, quase toda minha família doa sangue. Para mim, é muito gratificante, não pretendo parar”, disse ele. “Muita gente não doa porque tem medo de doer e pegar doenças. Não precisam ter medo é seguro e não dói”, reforçou.
A policial militar Gilda Neves, 42 anos, é doadora desde 1998. “A gente tem que pensar nas outras pessoas. Muitos morrem por falta de sangue. Quem doa não vai passar mal e pode salvar muitas vidas. As pessoas precisam se conscientizar para que não falte”, contou. O fato de ter o sangue A negativo, mais raro, faz com que ela procure um hemocentro com frequência, já que o estoque desse tipo sanguíneo, muitas vezes, fica em baixa.
Edição: Juliana Andrade