Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A intervenção do Banco Central (BC) no Banco Cruzeiro do Sul pode estimular “solução do próprio mercado”, por meio de fusão ou compra dos ativos, mas o presidente do BC, Alexandre Tombini, desconhece qualquer proposta nesse sentido, conforme declarou hoje (5) na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional.
Peguntado pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a “rigidez” dos controles de fiscalização na rede bancária, que apontaram recentemente desvios do Banco PanAmericano e agora do Cruzeiro do Sul, Tombini disse que a fiscalização do BC tem melhorado muito ao longo dos anos, de modo a contribuir para que o sistema financeiro nacional (SFN) seja mais sólido. As intervenções, segundo ele, fazem parte do saneamento do sistema.
De acordo com Tombini, os bancos considerados de pequeno porte, como o Cruzeiro do Sul, são sólidos em sua maioria. Tanto que trabalham com índice de capital próprio acima da média das demais instituições, que é 16%. Acima, portanto, do índice de Basileia, que determina que as instituições financeiras têm que trabalhar com pelo menos 11% de capital próprio para suprir eventuais riscos. O índice dos pequenos bancos chega a 17%, o que mostra solidez.
Os bancos pequenos lucraram R$ 1,6 bilhão de janeiro a março deste ano, equivalentes a 11% do lucro total do SFN no primeiro trimestre, o que é uma participação importante no mercado financeiro, de acordo com o presidente da autoridade monetária. O próprio Cruzeiro do Sul representa 0,22% dos ativos totais do SFN e 0,35% dos depósitos, acrescentou.
Tombini ressaltou que todos os bancos são monitorados diariamente, independentemente do porte de cada um, e quando a fiscalização identifica problemas a autoridade monetária usa os requisitos legais de regulação, como no caso específico do Cruzeiro do Sul, no qual foram indicados desvios de R$ 1,3 bilhão, segundo dados preliminares.
Edição: Aécio Amado