Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
O relator do processo que investiga a possível quebra de decoro por parte do senador Demóstenes Torres (sem partido - GO), senador Humberto Costa (PT-PE), disse hoje (16) que quer que o parecer final do Conselho de Ética seja votado no plenário do Senado antes do recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho.
"O recesso fará com que nós não tenhamos atividades aqui [no Senado] e, logo depois do recesso, a gente já entra em um período de campanha eleitoral franca. Então, eu vou fazer esse relatório e votar antes do recesso, posso garantir a vocês", disse o senador após reunião em que o Conselho de Ética decidiu por dispensar a oitiva dos procuradores que participaram da investigação sobre o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
As suspeitas são de que Demóstenes teria colocado seu mandato de senador a serviço da suposta organização criminosa comandada por Cachoeira. O parecer do Conselho de Ética terá que concluir se Demóstenes incorreu em quebra de decoro parlamentar e, caso essa seja a conclusão, pedir a punição do senador. Essa punição pode variar de uma advertência até a cassação do mandato do senador. Neste caso, o pedido de cassação precisaria ser apreciada no plenário do Senado de forma secreta.
Humberto Costa explicou que a fase de ouvir a acusação está encerrada e que falta agora ouvir as testemunhas de defesa antes de concluir o relatório. Na próxima semana, está marcado o depoimento do advogado Rui Cruvinel e, no próximo dia 28, o Conselho espera ouvir o depoimento de Carlinhos Cachoeira. As duas testemunhas foram apresentadas pela defesa.
O relator ainda considerou que caso Carlinhos Cachoeira não compareça para depor, o prejudicado será Demóstenes. "Se ele [Cachoeira] não vier, estará prejudicando a pessoa que o apresentou como testemunha de defesa, no caso, o senador Demóstenes Torres. Acredito que ele [Cachoeira] terá todo interesse de vir e fazer o seu depoimento. Caso contrário, as pessoas que integram o Conselho de Ética vão levar em conta o simbolismo que encerra essa ausência", disse Costa.
Edição: Fábio Massalli