Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Brasil tem condições de aproveitar as oportunidades que se abrem e encontrar formas inovadoras de desenvolvimento da economia e da sociedade, de modo a conquistar padrões de renda e de qualidade de vida mais altos e consistentes, defendeu hoje (14) o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ao abrir o 24º Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
A inovação é, para Coutinho, a chave para o Brasil capturar essas oportunidades. “Temos uma agenda relevante de curto prazo para os próximos anos, que inclui a grande tarefa de concluir o processo de erradicação da pobreza extrema, uma prioridade fundamental do governo da presidenta Dilma Rousseff”, destacou.
Outra prioridade, segundo Coutinho, é aumentar de forma substancial o esforço de investimento e poupança no país, o que pressupõe o desenvolvimento de finanças privadas de longo prazo e diversificação de fontes de financiamento. “Temos o desafio de promover a inovação e a criatividade em nosso sistema empresarial, junto com a sustentabilidade ambiental”.
O presidente do BNDES citou também os desafios que o Brasil terá de vencer para expandir e desenvolver as infraestruturas, em especial a logística, que considera essenciais para a eficiência da economia. Para ele, é preciso ainda elevar o patamar de ganhos de produtividade da força de trabalho e do conjunto da economia, além de aumentar e aprofundar a capacidade competitiva da indústria e do setor de serviços. “Essa não é uma agenda trivial”, admitiu.
Coutinho destacou as contribuições que vêm sendo dadas anualmente pelo Fórum Nacional com vistas ao desenvolvimento do país que, “em muitos casos, têm sido transformadas em iniciativas de governo”. O presidente do BNDES observou ainda que grandes oportunidades se abrem para o Brasil nas cadeias de petróleo e gás, “para o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores de bens e serviços competitiva”.
Outras oportunidades, segundo ele, estão nas áreas de produção de etanol; na indústria de bens duráveis, como setor automotivo, com ênfase na fabricação de caminhões; nas indústrias eletroeletrônica e de engenharia e serviços; nas cadeias que sustentam a indústria da construção e o agronegócio. “São setores em que avanços tecnológicos têm muito a dizer”.
Coutinho destacou que, além de avançar no apoio às indústrias já consolidadas, o Brasil necessita investir nas indústrias que estão por se estabelecer, entre as quais citou o setor de energia em geral, com destaque para energias renováveis, as indústrias aeronáutica, aeroespacial e farmacêutica. “Não há porque amesquinhar a capacidade brasileira de não pensar de forma ambiciosa em relação aos potenciais de desenvolvimento”.
Ele lembrou ainda a necessidade de mobilização da base de pequenas empresas nesse processo de ampliação da competitividade nacional por meio da inovação e da economia do conhecimento. O 24º Fórum Nacional prosseguirá até a próxima quinta-feira (17).
Edição: Lana Cristina