Daniella Jinkings e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Saúde vai usar as campanhas nacionais de vacinação para identificar crianças de 6 meses a 5 anos que tenham deficiência de vitamina A. A iniciativa faz parte do Programa Brasil Carinhoso, lançado hoje (14) pela presidenta Dilma Rousseff, e visa a beneficiar 2 milhões de famílias que vivem na extrema pobreza.
O controle será realizado pela caderneta de vacinação infantil. As crianças que estiverem em déficit da vitamina receberão a dose suplementar no próprio local de aplicação da vacina. As equipes do Programa Saúde da Família também serão orientadas a identificar as crianças que necessitem da suplementação para encaminhá-las aos postos de saúde.
De acordo com o ministro Alexandre Padilha, as campanhas funcionarão como uma busca ativa de crianças que não receberam as duas doses necessárias da vitamina. Atualmente, 20% das crianças brasileiras têm deficiência de vitamina A, o que pode provocar deficiência visual. De acordo com o Ministério da Saúde, a suplementação adequada reduz em 24% o risco de morte infantil e em 28% a mortalidade por diarreia.
A partir de agosto, o governo vai ampliar a distribuição de doses de vitamina A e sulfato de ferro para as crianças nas unidades básicas de saúde, como são denominados os postos de saúde, centros que oferecem consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, a ação é feita em 2.048 municípios.
“Temos de enfrentar o problema da anemia, que é um problema crônico, e a falta de vitamina A, que pode ter um impacto muito grande na mortalidade infantil. Hoje, de cada cinco crianças uma tem anemia. Uma alimentação balanceada não é o suficiente, por isso estamos mobilizando as unidades básicas [para garantir os suplementos]”, disse o ministro.
Além disso, o governo vai distribuir, de graça, remédio para o tratamento da asma nas farmácias populares. Segundo Padilha, a asma é a segunda principal causa de internação de crianças de até 5 anos no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Oitenta e oito mil crianças foram internadas no SUS por asma ou complicações. Estamos dando um passo muito importante. Vamos cuidar melhor das nossas crianças e estimular o desenvolvimento”, afirmou.
Edição: Davi Oliveira