Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Civil do Distrito Federal já está investigando quem é o suposto "araponga" que quebrou o sigilo de dados telefônicos de autoridades do governo do Distrito Federal (GDF). Segundo o porta-voz do GDF, Ugo Braga, na sexta-feira (4) o acesso às contas foi bloqueado.
Para obter o acesso aos dados telefônicos, o araponga se passou por um servidor da Casa Militar do GDF, Francisco Monte. Além dele, mais duas pessoas tinham acesso aos dados. Monte já está afastado de suas funções preventivamente.
Hoje (10), foi publicado no Diário Oficial do DF um decreto assinado pelo governador, Agnelo Queiroz, que cria um grupo especial composto por delegados da polícia civil e comandado pelo diretor geral da corporação, delegado Jorge Luiz Xavier.
Segundo o decreto, o grupo vai “acompanhar investigações policiais e reunir informações sobre a prática de crimes contra a administração pública e acessos ilícitos à comunicação e dados eletrônicos”,
O grupo terá 90 dias para investigar as atividades e, ao final desse período, deverá apresentar um relatório e sugestões para melhorar o controle das atividades de segurança no governo do DF.
O governador disse que a cidade não pode mais ficar a mercê de criminosos e que os casos de escutas ilegais serão apurados.
“A cidade não pode continuar com o crime organizado infernizando a capital do país. Isso aqui não é qualquer cidade. Aqui é a capital do Brasil, aqui estão os Poderes da República, as instituições democráticas. Os criminosos adotaram como prática rotineira, virou rotina, [realizar escutas ilegais]”, disse.
Segundo informações divulgadas na imprensa, autoridades do governo do Distrito Federal tiveram seus dados telefônicos violados. As suspeitas são de que parte das escutas ilegais teriam sido supostamente feitas pela Casa Militar do DF.
Edição: Fábio Massalli