Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dois fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) estão presos no município de Sinop, em Mato Grosso, por cobrar propina para liberar madeira ilegal apreendida pela fiscalização. Os servidores foram flagrados pela Polícia Federal e vão responder pelo crime de corrupção passiva, cuja pena varia de dois a 12 anos de prisão. O Ibama informou que também será aberto, até amanhã (11), processo administrativo contra os dois. Corregedores do instituto estão sendo deslocados para Sinop.
Os agentes presos estão lotados na Superintendência do Ibama no Ceará e atuavam na Operação Verdes Veredas, de combate ao desmatamento em Mato Grosso. Desde o início da operação, em fevereiro, fiscais de vários estados se revezam em períodos de 15 a 30 dias para reforçar a equipe local. Em Sinop, apenas cinco fiscais são responsáveis por monitorar a situação de 30 municípios.
Segundo o chefe de Controle e Fiscalização do Ibama em Sinop, os dois fiscais já tinham sido apontados como suspeitos de outros achaques. “Quando eles chegaram, foram deslocados para o município de Alta Floresta. Ouvimos relatos de que eles se desviaram do caminho e procuraram uma madeireira, cobrando dinheiro para não apertar a fiscalização nessas empresas. O escritório [do Ibama local] nos informou, mas não tínhamos provas. Transferi os fiscais para o município de Cláudia, no norte do estado”, explicou.
Os dois servidores deveriam acompanhar o transporte de madeira extraída ilegalmente até a prefeitura de Cláudia. Antes da operação, eles propuseram um acordo ao vice-prefeito da cidade para vender a parte nobre da carga e dividir o lucro.
Segundo balanço do Ibama em Sinop, nos quatro meses da Operação Verdes Veredas, foram emitidas 125 multas, no valor total de R$ 78 milhões. Os fiscais também embargaram 7 mil hectares de áreas desmatadas irregularmente e apreenderam 41 tratores, 13 caminhões, quatro carros de passeio e mais de mil metros cúbicos de madeira em toras e 588 metros cúbicos de madeira serrada.
Edição: Vinicius Doria