Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, anunciou hoje (7), em Curitiba, o reajuste do preço mínimo do trigo, que passa de R$ 477,00 a tonelada para R$ 501,00 por tonelada na Região Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste e no estado da Bahia, será alterado de R$ 535,00 para R$ 552,00 por tonelada. Os novos valores vigoram a partir de julho de 2012 até julho de 2013.
Conforme destacou o ministro, ao apresentar o Plano Safra 2012 para o trigo, em evento na capital paranaense, há dois anos não havia reajuste para o preço mínimo do trigo. “Com isto, demonstramos aos produtores que o governo está atento a questões como a de preços e de escoamento do produto”, disse Mendes Ribeiro.
Dentre as medidas de apoio ao trigo anunciadas nesta segunda-feira, está o aporte de R$ 430 milhões para incentivar a comercialização da safra de 2012, a ampliação de 14% em relação à safra passada dos recursos para o crédito e R$ 60 milhões para o pagamento das subvenções do seguro agrícola. As medidas incluiram também o reajuste dos preços mínimos de todas as culturas de inverno.
Segundo o ministro, só para o trigo há uma disponibilidade de R$ 3 bilhões, sendo R$ 1,5 bilhão para a comercialização e R$ 1,5 bilhão para custeio e investimento. Para todas as culturas de inverno, o governo está disponibilizando R$ 107 bilhões.
“No momento do produtor vender o trigo, se o preço tiver abaixo do mínimo, o governo pagará [a diferença] para chegar a este patamar [do preço mínimo]. Estamos terminando de plantar e já estamos anunciando recursos para a comercialização”, ressaltou o secretário de Política Agrícola do ministério, Caio Rocha.
O secretário rebateu a crítica de autoridades paranaenses da área agrícola de que as medidas deveriam ter sido anunciadas em fevereiro, antes de o produtor começar o plantio. “Se isso tivesse acontecido, não teríamos condições de reajustar o preço mínimo, seriam mantidos os R$ 477,00 a tonelada. A hora certa de anunciar estas medidas é agora”, enfatizou.
Ainda conforme Caio Rocha, a redução da área plantada dessa cultura no Paraná ocorreu porque se trata de um estado diferenciado, onde se planta milho ou trigo, opcionalmente. De acordo com ele, como a rentabilidade do milho segunda safra está bem maior, o produtor, por uma questão matemática, fez opção por essa cultura.
Segundo o secretário da Agricultura do Paraná, Noberto Ortigara, esta é a menor safra plantada com trigo desde 1975. A expectativa é colher este ano, aproximadamente, 2,4 milhões de toneladas, uma queda de 17% em relação à safra passada.
Edição: Davi Oliveira