Fiesp elogia medidas do governo para a indústria e cobra leilões de energia

02/05/2012 - 18h13

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Às vésperas de uma nova reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e grandes empresários do país, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, elogiou hoje (2) as recentes medidas do governo para reduzir juros e proteger a produção nacional, mas cobrou a promoção de novos leilões para as concessões de energia elétrica. A reunião entre Dilma e os empresários está marcada para amanhã (3).

A Fiesp defende novos leilões para as concessões do setor elétrico que vencem em 2015, sob o argumento de que novas licitações – e não a renovação – podem resultar na queda de preços da energia para a indústria e para o consumidor final.

“Desde a nossa última reunião, os temas não ficaram na mesa, as coisas acontecerem. Mas continuamos na expectativa de que o governo chame leilões ao final das concessões do setor elétrico”, disse Skaf.

Em encontro no fim de março, um grupo de grandes empresários do país cobrou do governo políticas para conter a valorização do real ante o dólar e a desindustrialização do país. Após a reunião, o governo anunciou medidas como a desoneração da folha de pagamento e a redução de juros.

Skaf também elogiou a aprovação da Resolução 72 do Senado Federal, que uniformizou a alíquota interestadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos importados, acabando com a chamada Guerra dos Portos.

“Não está tudo resolvido, mas sinto que o clima está favorável. Na última reunião a presidenta mostrou sensibilidade e preocupação e houve resultados positivos”. Apesar das medidas recentes para proteger a produção nacional, a indústria de transformação não deverá ter crescimento este ano, segundo cálculos da Fiesp. “As medidas vão ajudar a reverter a situação, mas matematicamente será muito difícil a indústria de transformação crescer, nossa expectativa é crescimento zero”. Para a indústria em geral, a expectativa de crescimento é de 1,5% a 2%, segundo Skaf, resultado semelhante ao de 2011.

Skaf e o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, estiveram hoje no Palácio do Planalto para apresentar à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o Espaço da Indústria na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho. As duas federações vão organizar debates paralelos à conferência em um espaço montado no Forte de Copacabana.

“Vai ser um espaço institucional, colocamos inclusive à disposição do governo. Esperamos receber 10 mil pessoas por dia”.
 

Edição: Rivadavia Severo