Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), ainda não está em poder da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Ao enviar documentos solicitados pela comissão ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro relator do caso, no Supremo, Ricardo Levandowski, informou que os documentos fornecidos referem-se apenas à Operação Vegas.
De acordo com o comunicado enviado por Levandowski à presidência da CPMI, e lido durante a reunião de hoje (2) pela comissão, os documentos da Monte Carlo não chegaram nem ao STF já que ainda estão em trâmite na 11ª Vara Federal em Goiânia. As 15 mil páginas recebidas hoje do STF, pela manhã, pela CPMI, referem-se apenas à Operação Vegas, de acordo com o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB).
As duas operações investigaram as atividades e ligações políticas do empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, que foi preso em 29 de fevereiro por suspeita de envolvimento com jogos ilegais. Ele está no Presídio da Papuda, em Brasília.
Também não chegou à CPMI a representação feita pelo procurador-geral de República, Roberto Gurgel, contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de ligação com Carlinhos Cachoeira.
Sem acesso ainda aos documentos, as discussões sobre o sigilo do inquérito e os possíveis vazamentos dos dados das investigações deram o tom da primeira reunião da CPMI, convocada para apresentar o roteiro de trabalho. O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que foi investigado quando era presidente da República e passou por um traumático processo de impeachment, defendeu que não se deve tolerar vazamentos ao longo do processo.
Já o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) retrucou: "É impossível não ter vazamento aqui [na CPMI]. Vai ter sim e ponto final", disse.
Edição: Lana Cristina