Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Depois de apresentar um fraco desempenho nos dois primeiros meses deste ano, o setor da indústria da construção civil retomou o ritmo de crescimento, em março, segundo a pesquisa mensal Sondagem da Indústria da Construção, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
No levantamento sobre a percepção dos empresários do setor, o nível de atividade aumentou de 49,4 pontos, em fevereiro, para 51,5 pontos, em março. Em janeiro, o nível de atividade atingiu 47 pontos.
Pela metodologia da pesquisa, em uma escala de 0 a 100, sempre que a pontuação fica abaixo de 50, o nível é interpretado como desfavorável. Apesar de ter ocorrido uma ligeira melhora, “estamos [com desempenho] abaixo do de 2010, quando o setor estava bastante aquecido”, lembrou o gerente executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.
Ele observou que, a exemplo de outras pesquisas do gênero, as empresas demonstram maior otimismo em relação aos resultados para o período dos próximos seis meses. Na avaliação dele, a queda na taxa de juros sobre o crédito imobiliário ainda não é suficiente para sinalizar um impacto positivo mais expressivo no setor porque as tomadas de empréstimo envolvem análises mais cuidadosas quanto ao risco de inadimplência e isso pode restringir o acesso.
A pesquisa mostra ainda que, no primeiro trimestre, os empresários enfrentaram maior dificuldade para obter crédito, principalmente, entre as empresas de porte menor. Na média, o indicador atingiu 47,1 pontos. Enquanto as grandes empresas consultadas apontaram ter efetuado operações normais, com indicador de 50 pontos, as pequenas situaram-se em 43,9 pontos.
Quanto ao problema da falta de mão de obra qualificada, essa foi uma questão que perdeu um pouco a importância para as pequenas empresas, no primeiro trimestre, quando comparado ao resultado do trimestre anterior. O índice desse quesito passou de 55,6 pontos para 52,8 pontos na média das empresas e, no caso das pequenas, caiu de 68,1 pontos para 52,8 pontos. Já o custo da mão de obra seguiu movimento contrário e passou a preocupar mais os empresários, com classificação saindo de 41,4 pontos para 43,8 pontos.
No que se refere à utilização da capacidade de operação, houve queda de 1 ponto percentual com a taxa em 70%. A coleta foi feita no período de 2 a 17 de abril com 437 empresas das quais 155 de pequeno porte, 173 médias e 109 grandes.
Edição: Lana Cristina