Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A assessoria de imprensa da Delta Construção informou hoje (25), por meio de nota, a saída dos executivos Fernando Cavendish e Carlos Pacheco, da presidência do Conselho Diretor da empresa e da direção da companhia. De acordo com comunicado divulgado no site da construtora, o afastamento dos dois executivos tem o objetivo de tornar isenta a investigação sobre o envolvimento de um ex-diretor da empresa com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de envolvimento com jogos ilegais.
"O objetivo é verificar, com base nos dados imediatamente disponíveis à empresa, em que extensão essas ações foram executadas, burlando os procedimentos de controle praticados na companhia", disse a empresa, na nota.
De acordo com a companhia, a auditoria que a empresa havia iniciado no escritório centro-oeste da Delta atingirá todos os escritórios da empresa. A empreiteira tem 300 contratos em 23 estados e no Distrito Federal.
A empresa informou ainda que o novo presidente do conselho será o engenheiro Carlos Alberto Verdini, que já trabalhou nas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. O novo diretor executivo será Ediano Bittencourt.
A construtora foi a maior recebedora de recursos do governo federal dos últimos três anos e é apontada como parte do esquema comandado por Cachoeira. A suspeita é que a empresa tenha se beneficiado de contratos com o governo federal.
Na madrugada de hoje, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu Cláudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta, ao deflagrar a Operação Saint-Michel, em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Abreu é suspeito de manter contato com Carlinhos Cachoeira.
A operação é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que desmontou um esquema de jogos ilegais em Goiás. Cachoeira foi preso na operação, no dia 29 de fevereiro.
Edição: Lana Cristina