Da Agência Brasil
São Paulo – A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) arrematou três (A, B e C) dos quatro lotes de linhas de transmissão e subestações de energia leiloados hoje (20) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O último lote (D), para implantação de uma linha de transmissão de 90 quilômetros (km) de extensão entre Itabirito e Vespasiano, em Minas Gerais, não atraiu interessados.
O deságio médio atingiu 22,8% em relação ao teto estabelecido pela Aneel para a receita anual permitida (RAP), que é a remuneração pelo uso das linhas.
Nos dois primeiros lotes, não houve disputa. A Chesf foi a única proponente. O lote A, formado por duas subestações de energia em Pernambuco, foi arrematado por 8.310.732,00, com deságio de 7%. O B, que inclui duas subestações no Rio Grande do Norte (Mossoró e Touros) e três linhas de transmissão, totalizando 210 km, que vão ligar o estado potiguar ao Ceará, foi vencido com lance de R$ 12.115.464,00 (deságio de 13%).
No único lote que teve mais de uma oferta, o C, a Chesf venceu a Alupar e o consórcio Taesa-Cteep com a proposta de R$ 18,2 milhões, 33% mais baixa que o teto de remuneração anual estabelecido pela Aneel. O lote inclui três linhas de transmissão, com 128 km, e duas subestações na Bahia.
De acordo com o presidente da Comissão Especial de Licitação da Aneel, Márzio de Moura, o leilão foi um sucesso, apesar de um dos lotes não ter sido vendido. A Aneel vai reavaliar as condições da oferta para incluir a linha de transmissão entre Vespasiano e Itabirito nos próximos leilões. “Temos que avaliar para ver se erramos em alguma coisa, avaliar com mais cuidado para verificar o que podemos encontrar que não tenhamos visto no primeiro momento”, admitiu Moura.
O diretor econômico e financeiro da Chesf, Marcos José Mota de Serqueira, informou que a estatal vai investir R$ 444 milhões na construção das subestações e linhas de transmissão leiloadas hoje. Mas reclamou dos prazos estabelecidos pela agência reguladora. “Entendo a posição da Aneel, que é por causa da necessidade do sistema, mas [o prazo] é apertado, principalmente pela demora das licenças ambientais”.
De acordo com a Aneel, os empreendimentos vão gerar cerca de 3 mil empregos diretos, incluindo o lote que não foi leiloado, mas que voltará a ser ofertado nas próximas licitações de linhas de transmissão, previstas para maio, julho e agosto.
Edição: Vinicius Doria