Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Para lembrar os 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organizações sociais e centrais sindicais promoveram, na tarde de hoje (17), um ato em frente ao Tribunal de Justiça, no centro de São Paulo.
Cruzes brancas, marcadas com tinta vermelha para simbolizar sangue, e uma bandeira do MST foram espalhadas no chão para lembrar os 21 trabalhadores que foram mortos durante o massacre. Os organizadores estimaram a presença de 200 pessoas na manifestação. A Polícia Militar estimou em 100 o número de participantes.
“Hoje completa 16 anos de impunidade do massacre de Eldorado de Carajás. A partir de 1996, esse dia passou a ser considerado dia internacional da luta pela terra e, a partir de então, estamos realizando jornadas de luta reivindicando a reforma agrária, o assentamento das famílias acampadas e a melhoria das condições de vida dos assentamentos, com renda, infraestrutura, escola e posto de saúde”, disse Paulo Freire, da direção estadual do MST.
Segundo ele, conflitos pela terra continuam matando muitos trabalhadores brasileiros. “Outros Eldorados, com menos repercussão que em Carajás, ocorrem todos os dias. Dados da CPT [Comissão Pastoral da Terra] mostram que os conflitos no campo têm aumentado. Isso, infelizmente é uma realidade do campo brasileiro”.
No ato de hoje (17), os manifestantes também protestaram contra o tatamento dispensado aos movimentos sociais. “A criminalização expressa essa política do governo de não-reconhecimento da legitimidade das nossas pautas e da ação política que construímos em torno dessas pautas. O governo se vale de mecanismos de criminalização, judiciais ou policiais, e de repressão à nossa luta por direitos”, disse Hugo Fanton, integrante da Assembleia Popular e que também atua no Movimento de Solidariedade ao Pinheirinho.
Edição: Rivadavia Severo