Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com 69 anos de idade e o senador mais velho entre os membros do Conselho de Ética, caberá a Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) conduzir a reunião prevista para as 14 horas. Essa é a regra regimental e Valadares disse que foi comunicado da decisão pelo líder do PT, Walter Pinheiro (BA), que se encontrou mais cedo com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e outras lideranças da Casa.
"A presidência é interina. O problema é que o PMDB – maior bancada do Senado – ainda não encontrou um nome para o cargo e eu tinha a obrigação de ficar no cargo hoje", disse Valadares à Agência Brasil. O parlamentar não quis adiantar se na reunião de hoje decidirá pela abertura de processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de participar de um esquema de exploração de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Até ontem (9) era dada como certa a indicação do corregedor Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB). No fim do dia, as lideranças peemedebistas concluíram que o nome de Vital estaria inviabilizado uma vez que, na qualidade de corregedor, é membro nato do Conselho de Ética e um dos responsáveis pela investigação do caso.
Outra questão a se enfrentar, agora no Senado, é a possível instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar os negócios ilícitos de Carlinhos Cachoeira. Comunicado ontem que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se negaram a encaminhar ao Conselho de Ética os autos do processo da Polícia Federal, o líder do PT, Walter Pinheiro, disse que começaria a recolher as assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI, que tem prerrogativa para requerer essa documentação.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), destacou que a instalação de uma CPI gera estresse. “CPI é sempre algo que estressa e contamina a relação política e obviamente é importante que temos que querer isso afastado do horizonte. Agora, as vezes é inevitável. Não posso dizer que neste caso é inevitável ou não, depende agora de como o assunto se desdobrará no Conselho de Ética.”
Ele frisou que existe uma agenda parlamentar construída em parceria com o Executivo para que o Brasil enfrente possíveis efeitos da crise econômica europeia. “A presidenta Dilma [Rousseff] ontem abordou essa questão com ênfase prioritária e, por isso, estamos com o enorme desafio de gerar empregos que precisamos gerar e manter o ritmo de crescimento.”
Edição: Talita Cavalcante