Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Estudo divulgado hoje (10) pelo Ministério da Saúde indica que a população brasileira se alimenta de forma inadequada e consome gordura saturada em excesso. Dados mostram que 34,6% não dispensam carne gordurosa, enquanto 56,9% das pessoas bebem leite integral regularmente. Outro fator preocupante é o consumo de refrigerante – 29,8% dos brasileiros tomam a bebida pelo menos cinco vezes por semana.
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) aponta também que o consumo de frutas e hortaliças no país é baixo. Apenas 20,2% das pessoas ingerem cinco ou mais porções por dia, quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o ministério, os homens, sobretudo os mais jovens, alimentam-se pior do que as mulheres, já que não costumam tirar a pele do frango ou a gordura da carne vermelha antes de comer. A população masculina chega a consumir quase duas vezes mais carne com excesso de gordura do que as mulheres – 45,9% contra 24,9%.
O consumo de frutas e hortaliças também é menor entre os homens. Apenas 25,6% deles ingerem esses alimentos cinco ou mais vezes por semana. O percentual cai para 16,6% quando considerada a recomendação da OMS. Entre as mulheres, os índices são de 35,4% e 23,3%, respectivamente.
A ingestão de refrigerante também é maior entre a população masculina: 34,3% dos homens tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana, enquanto o percentual entre as mulheres é 25,9%.
Dados da pasta revelam, entretanto, que, com o passar dos anos, o brasileiro tende a diminuir a ingestão de gordura saturada e de refrigerante. Entre homens de 18 a 24 anos, 51% consomem regularmente carne com gordura. O número cai para 27,6% entre aqueles com idade superior a 65 anos.
O grau de instrução também influencia os hábitos alimentares da população – quanto mais anos de escolaridade, mais saudável é a alimentação. Frutas e hortaliças, por exemplo, estão presentes no cardápio de 44,5% dos brasileiros com 12 anos de estudo ou mais. O percentual cai para 27,5% entre pessoas que estudaram no máximo oito anos.
Edição: Juliana Andrade