Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A menos de um mês e meio das eleições presidenciais na França, o presidente Nicolas Sarkozy estimulou na União Europeia o debate sobre a reforma do Tratado de Schengen – que define regras sobre a livre circulação de pessoas em 26 países da Europa. Em defesa do que chamou "proteção da França", Sarkozy criticou as normas em vigor que facilitam o ingresso de imigrantes na região.
Em Villepinte, nos arredores de Paris, o presidente ameaçou suspender a participação da França no tratado. Ele deu uma espécie de ultimato para que seus parceiros europeus reformem o acordo e reforcem o controle das fronteiras para evitar a entrada de imigrantes ilegais.
Porém, as reações às ameaças de Sarkozy foram imediatas – interna e externamente. Em resposta ao discurso do presidente francês, o porta-voz do governo alemão, Georg Streiter, disse que considera o Tratado de Schengen um “bem precioso”.
A comissária europeia das Relações Exteriores, Cecília Malmstrom, disse que negociações sobre o tratado estão em curso há alguns meses entre o Conselho e o Parlamento europeus. Segundo ela, uma possível modificação do texto requer alterações no tratado da União Europeia, do qual a França faz parte.
Para analistas políticos, Sarkozy, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás do socialista François Hollande, tentou seduzir o eleitorado de extrema direita, propondo que a Europa adote medidas protecionistas.
Sarkozy defendeu que a França, a exemplo dos Estados Unidos, adote o mecanismo que obriga os governos europeus a utilizarem exclusivamente produtos fabricados no bloco em suas compras. O discurso pela “França forte” incluiu ainda um pedido de ajuda ao povo francês para reverter o resultado das pesquisas e garantir o favoritismo.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI//Edição: Graça Adjuto