Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quase sete meses depois de assumir o Ministério da Agricultura com a missão de melhorar a imagem do órgão após denúncias de irregularidades, o ministro Mendes Ribeiro Filho diz estar fazendo mudanças gradativas. Ele avalia que tem “um ministério extremamente qualificado tecnicamente”, mas precisa de novos funcionários para substituir os que estão saindo.
“Tenho um ministério extremamente qualificado, mas eu preciso injetar gente nova. A Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] é composta de funcionários extremamente qualificados, mas em vias de aposentadoria. Então eu preciso de gente”, disse o ministro em entrevista à Agência Brasil.
Mendes Ribeiro informou que, depois que assumiu a pasta, encaminhou um ofício ao Ministério do Planejamento pedindo a realização de concurso para contratar cerca de 300 servidores.
Dentro do ministério, Mendes Ribeiro disse que está fazendo mudanças gradativas com a ajuda do empresário Jorge Gerdau, que preside a Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, ligada à Presidência da República. O grupo tem o objetivo de discutir propostas para dar mais eficiência aos gastos e aos serviços prestados pelo governo.
“O Gerdau está me ajudando e agora vamos começar a analisar setor por setor”, disse o ministro. Na Conab, ele disse que um contrato de gestão permitiu alterações na diretoria e mudanças no estatuto. Segundo ele, isso deu segurança para que a companhia direcionasse seu foco “para uma política de armazenamento e de abastecimento e a política agrícola necessária”.
O ministro disse ainda não ter conhecimento sobre uma possível transferência para o Ministério dos Transportes que, segundo a imprensa, estaria sendo negociada entre o PMDB e o PR, mas declarou que está disposto a cumprir as determinações da presidenta.
“No que diz respeito aos Transportes, eu não sei absolutamente nada. Sei que li em alguns colunistas que poderia haver essa hipótese. Ninguém me falou absolutamente nada. A minha disposição é cumprir exatamente o que a [presidenta] Dilma [Rousseff] me determina”, disse à Agência Brasil.
Quando perguntado sobre sua opinião a respeito dos rumores de uma possível transferência para o outro lado da Esplanada dos Ministérios, Mendes Ribeiro desconversa e diz que não é uma decisão que depende dele. “Eu já aprendi, na minha vida política, que achar é quando te cobram opinião. Isso não requer minha opinião. Não depende da minha vontade”.
Quase cinco meses depois de passar por uma cirurgia para retirada de um tumor maligno no cérebro, o ministro avalia estar em “ótimo de saúde” e disse que seu médico já o autorizou até a voltar a jogar futebol.
Ao falar sobre o assunto, Mendes Ribeiro sinalizou também sua polivalência política dentro do governo: “Meu médico me proibiu de uma coisa: cabecear. Porque eu sempre tive um bom impulso e uma boa cabeçada, apesar da altura. Então, eu quero dizer que continuo caindo para a direita, para a esquerda, chutando com os dois pés, com a mesma raça, mas não posso cabecear”.
Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo