Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Treze mil fotografias que integram o acervo histórico da Casa de Oswaldo Cruz (COC) foram digitalizadas e até junho de 2013 estarão disponíveis para consulta na internet. A coleção é parte do imenso acervo iconográfico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), hoje em torno de 80 mil imagens. Os negativos agora digitalizados pertencem não só à Fiocruz, da qual a COC é uma das unidades, mas também a acervos privados de pesquisadores e sanitaristas vinculados à instituição.
São imagens que documentam as atividades do então Instituto Oswaldo Cruz, desde o início do século 20, o trabalho dos médicos e cientistas, tanto nos laboratórios quanto em expedições de pesquisa pelo país, e a própria construção dos prédios que formam o conjunto arquitetônico de Manguinhos.
“É um acervo muito singular do ponto de vista da história da ciência biomédica no país”, diz o vice-diretor de Pesquisa, Educação e Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz, Paulo Elian. Segundo ele, mais 8 mil imagens deverão começar a ser digitalizadas ainda este ano, com recursos de um fundo ligado ao Ministério da Justiça. Esse conjunto é constituído por negativos em vidro, técnica muito empregada pela fotografia na segunda metade do século 19.
Para Elian, as fotos que estão para ser digitalizadas, trabalho que deverá estar concluído em abril de 2013, são muito significativas. “Elas mostram como era a região de Manguinhos, no início do século 20, com uma conformação completamente diferente, ainda sem a Avenida Brasil e com a Baía de Guanabara chegando até próximo ao castelo da fundação, inclusive com um atracadouro para barcos”, conta.
Quando estiverem disponíveis, as fotografias poderão ser consultadas, em baixa resolução, no portal da COC (www.coc.fiocruz.br). Os interessados em uma reprodução de alta resolução, para fins de publicação, poderão entrar em contato com Departamento de Arquivo e Documentação da unidade da Fiocruz.
Centro de pesquisa, ensino, divulgação e documentação científica, a COC foi criada em meados da década de 1980, durante a gestão do sanitarista Sergio Arouca à frente da Fiocruz. O foco inicial da unidade era a memória e a história da fundação, mas sua atuação foi sendo ampliada, ao longo dos anos, para a história da saúde e da ciência biomédica no país. A partir de 2001, a COC passou a oferecer um programa de pós-graduação, com mestrado e doutorado, em história da ciência.
A Casa de Oswaldo Cruz também é responsável pelo Museu da Vida e pela administração do patrimônio arquitetônico da Fiocruz, um conjunto de prédios do qual o Castelo Mourisco, construído na segunda década do século 20, é o mais representativo, mas que também é integrado por prédios das décadas de 1940 e 1950. Aberto à visitação pública, todo esse patrimônio é tombado: o castelo, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e os demais edifícios, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
Edição: Lana Cristina