Presidente da Comissão da Lei Geral da Copa diz que declarações de Valcke são "insultuosas e descuidadas"

05/03/2012 - 17h46

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Comissão Especial da Lei Geral da Copa da Câmara dos Deputados, Renan Filho (PMDB-AL), classificou hoje (5) de “insultuosas, descuidadas e inapropriadas” as declarações feitas pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, sobre um possível atraso na organização da Copa no Brasil.

Na última sexta-feira (2), Valcke disse que o Brasil está muito atrasado com as obras de preparação para a Copa do Mundo de 2014 e que precisaria receber um “pontapé no traseiro” para acelerá-las.

Em nota, Renan Filho argumentou que o governo e as instituições envolvidas na organização do Mundial não estão isentos de críticas, mas que as palavras “de linguajar chulo” de Valcke são “inadmissíveis”. “Enquanto interlocutor da Fifa com o governo brasileiro,  é inadmissível que o secretário-geral faça uso de expressões inconsequentes, deselegantes e de linguajar chulo, sem considerar as responsabilidades que essa relação e esse cargo exigem”, disse o deputado.

De acordo com Renan Filho, a demora na votação da Lei Geral da Copa deve-se à realização de diversas audiências públicas para debater o projeto. O relator do texto está trabalhando para que a matéria seja votada novamente amanhã (6) na Comissão Especial que analisa o assunto, acrescentou o deputado. O projeto chegou a ser aprovado pela comissão, mas, como a votação ocorreu simultaneamente à ordem do dia, o que é proibido pelo regimento da Casa, a proposta passará por nova votação.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP) também criticaram as declarações do secretário-geral da Fifa. Rebelo classificou de “impertinentes e descabidas” as palavras de Valcke e ficou de pedir à Fifa um novo interlocutor. O senador José Sarney, por sua vez, considerou as palavras de Valcke uma "intromissão grosseira" na questão.

Edição: Nádia Franco // Título corrigido às 9h17 do dia 6/3/2012