Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A partir de julho as aulas do Centro de Profissionalização da Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras) devem voltar para a Cidade do Samba. Desde o incêndio que atingiu o local há um ano, os alunos foram transferidos para o laboratório do Programa de Culturas Populares da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Segundo a presidenta da Amebras, Célia Domingues, com a mudança temporária para a Uerj o centro atendeu a menos alunos porque o espaço disponibilizado é menor que o da Cidade do Samba. Para o carnaval deste ano foram formados 210 novos profissionais e as oficinas mais procuradas foram as de figurino, decoração, adereços e chapelaria. A previsão é que, a partir de julho, a associação atenda a pelo menos 600 alunos, divididos em duas turmas.
Mesmo com a redução no número de alunos, Célia Domingues identificou uma novidade para o carnaval 2012: a maior procura de homens para os cursos profissionalizantes. Em outros anos, 90% dos alunos eram mulheres e, atualmente, elas representam cerca de 70%. “Os homens estão deixando de ser preconceituosos.”
Outra mudança foi a maior procura masculina por cursos que tinham preferência quase exclusiva das mulheres. “Hoje tem homens fazendo até bordados.” Célia disse que antes os homens só queriam fazer adereços para a decoração dos carros alegóricos. “Agora, eles já se dispõem a fazer adereços pequenos, como arcos de cabelo, por exemplo.”
A Amebras atua na formação de mão de obra qualificada voltada à produção carnavalesca. Montado na Cidade do Samba há cerca de cinco anos, com apoio dos ministérios do Turismo e do Trabalho e Emprego, o centro profissionalizante formou 4 mil pessoas até o início do ano passado. A Amebras conta também com a parceria da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) na cessão do espaço.
O incêndio na Cidade do Samba no ano passado destruiu os barracões das agremiações Grande Rio, Portela e União da Ilha, além do barracão da própria Liesa. A Amebras perdeu material, maquinário, fantasias e adereços.
Edição: Andréa Quintiere