Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Receita Federal corrigiu há pouco os dados sobre o valor das autuações de contribuintes em 2011, publicados pela Agência Brasil na nota Dívidas de contribuintes com a Receita Federal bateram recorde em 2011. Segundo o Fisco, o montante das autuações subiu 21,25% no ano passado, e não 20,58% como informou mais cedo.
A divergência, segundo a Receita, ocorreu por causa do valor dos créditos tributários, dívidas dos contribuintes com o Fisco, em 2010. Em vez de R$ 90,6 bilhões originalmente divulgados, as autuações somaram R$ 90,1 bilhões há dois anos. O montante de 2011 foi mantido em R$ 109,3 bilhões, o maior valor registrado até hoje.
Dos R$ 109,3 bilhões lançados, a maior parte – R$ 103,2 bilhões – resultou de auditoria externa. O restante, R$ 6,1 bilhões, veio de pessoas físicas que caíram na malha fina do Imposto de Renda.
Os grandes contribuintes, empresas com receita bruta de mais de R$ 100 milhões, responderam por R$ 32,3 bilhões dos créditos lançados no cadastro de devedores da Receita. A quantia foi identificada em 509 autuações das delegacias especiais de Maiores Contribuintes e das equipes especiais que fazem o acompanhamento dessa categoria de pessoa jurídica.
Entre as empresas, as autuações se concentraram no setor industrial, onde foram identificadas pendências de R$ 30,9 bilhões com o Fisco. No caso das pessoas físicas, proprietários e dirigentes de empresas lideraram as autuações, com R$ 1,6 bilhão lançados.
De acordo com a Receita, os auditores identificaram crimes contra a ordem tributária em 26,35% das fiscalizações encerradas. Nesses casos, o Fisco encaminhou representação ao Ministério Público Federal para abertura de ação na Justiça. Os demais casos passarão por julgamentos administrativos nas delegacias da Receita e no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, onde a dívida leva até cinco anos para ser recuperada.
Entre os tributos mais devidos estão o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, com R$ 40 bilhões lançados, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (R$ 16,3 bilhões) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (R$ 15,5 bilhões).
Edição: Vinicius Doria