No Senado, Beltrame diz que Estado precisa definir situação do jogo do bicho

09/02/2012 - 12h32

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo do Rio de Janeiro apresentará ao Congresso, na próxima semana, uma proposta para que os parlamentares definam sobre a criminalização ou liberação do jogo do bicho. O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, defendeu hoje (9) a necessidade de o Estado se posicionar o mais rápido possível sobre o assunto. "Do jeito que está só serve para desmoralizar as instituições policiais que trabalham muito contra isso no Rio de Janeiro", destacou.

Sobre uma possível paralisação dos policiais militares do estado nos próximos dias, Beltrame disse que "confia no bom-senso" desses profissionais. O secretário reconheceu a defasagem salarial da categoria e acrescentou que o governo estadual se pauta, nesses casos, no "diálogo e na ordem" para resolver esses problemas. Segundo Beltrame, o reajuste oferecido aos policiais chegará a 120% ao longo de oito anos. “Isso não é de 2007 para cá. Se observarem a base do que ganha um policial em 2007 e o que ele vai ganhar em 2014 é substancial.”

De acordo com ele, o carnaval no estado está garantido. Beltrame informou que existe um protocolo que está sendo apresentado ao Comando Militar do Leste. Esses procedimentos envolvem, segundo ele, todas as instituições ligadas direta ou indiretamente à segurança pública do Rio.

"Nosso foco é o interesse público, nosso foco é a manutenção da paz e da segurança do estado do Rio de Janeiro e assim vai ser feito", ressaltou o secretário. Ele e secretários de Segurança Pública de vários estados estiveram hoje com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para reivindicar ações e apoiar uma série de projetos que já tramitam no Congresso e têm como objetivo combater o crime organizado e tornar mais severa a pena para crimes hediondos.

Quanto à proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um piso salarial único para policiais militares e civis além de bombeiros, a chamada PEC 300, o secretário se mostrou favorável. Entretanto, ele considera fundamental que se defina a fonte dos recursos para os estados bancarem esse novo piso. Para ele, seria um erro do Congresso aprovar a PEC sem uma previsão de custeio.

Os secretários de Segurança Pública dos estados reivindicam, entre outras coisas, um projeto de lei que determine que empresas que operam com explosivos tenham segurança similar às de agências bancárias. Essa seria uma forma de coibir o roubo a bancos e furto de caixas eletrônicos.

Outra proposta apresentada ao Congresso trata de crimes hediondos, tema que já tem projetos em andamento no Legislativo. Os secretários declaram apoio ao projeto de lei que prevê o exame criminológico como condição para progressão de regime, livramento condicional, indulto e comutação de pena.

Edição: Talita Cavalcante