Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, em março de 2011, atrasou, em mais de um ano, o cronograma de planejamento de centrais brasileiras, previstas para serem instaladas depois de 2020 nas regiões Nordeste e Sudeste. A declaração foi feita por Leonam Guimarães, assessor da presidência da estatal Eletronuclear, responsável pela operação das centrais nucleares brasileiras.
Segundo Guimarães, a previsão inicial era que a estatal apresentasse ao Executivo um mapa com as 40 áreas prováveis para a instalação das quatro novas usinas nucleares previstas pelo governo federal, em abril do ano passado. Mas, com o acidente no Japão, a Eletronuclear teve que adiar os planos.
“Havia uma expectativa muito grande de que isso acontecesse em abril, mas, com o acidente de Fukushima, em 11 de março, esse tema se tornou extremamente impróprio politicamente e houve um recuo. Então, a gente poderia esperar, sim, um atraso de um ano, no processo das novas usinas”, disse.
O Plano Plurianual 2011-2015 prevê que a Eletronuclear realize os estudos e projetos para as quatro novas usinas nos próximos quatro anos. Depois de ser apresentado ao governo, o mapa com as 40 áreas será analisado e, a partir daí, serão escolhidos os terrenos mais adequados para a construção das centrais nucleares. Segundo Guimarães, a escolha desses terrenos deve esperar o Plano Nacional de Energia 2012-2035, que será divulgado no primeiro semestre deste ano.
Leonam Guimarães negou, no entanto, que Fukushima tenha provocado qualquer atraso ou aumento dos custos de construção da Usina Nuclear Angra 3, cujas obras se iniciaram em 2010. Segundo ele, mesmo antes do acidente no Japão, a usina já tinha, em seu projeto, um sistema de segurança mais avançado do que os das usinas Angra 1 e 2.
Segundo Guimarães, a conclusão das obras de Angra 3 continua prevista para dezembro de 2015. No próximo dia 27, serão recebidas as propostas dos dois consórcios interessados em participar da montagem eletromecânica da usina. A previsão é que o consórcio vencedor seja escolhido no início de março e que a instalação tenha início em maio deste ano.
Edição: Juliana Andrade