Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívida líquida do setor público deve iniciar este ano mais alta do que no final de 2011, segundo estimativa divulgada hoje (31) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
Em dezembro, a dívida líquida do setor público em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 36,5%, o menor resultado para o encerramento de ano da série histórica do BC, iniciada em 2001.
Para janeiro, a previsão é de 37% do PIB. Mas a expectativa é que ao longo de 2012 essa relação caia e encerre o ano em 35,7%.
Segundo Maciel, para cada 1% de alta do dólar, a relação entre dívida líquida do setor público e PIB cai 0,14 ponto percentual. Se o dólar cair 1%, a dívida sobe 0,14 ponto percentual. A influência ocorre porque no cálculo da dívida pública estão incluídos os ativos, em grande parte remunerados em dólar (reservas internacionais). O impacto imediato na dívida é de R$ 5,9 bilhões.
Outro indicador que influencia a dívida pública é a taxa básica juros, a Selic. Um ajuste de 1 ponto percentual na Selic mantido por 12 meses gera variação, no mesmo sentido da alteração da taxa (alta ou queda), de 0,27 ponto percentual. Em reais, a variação é de R$ 10,4 bilhões.
A inflação também muda o resultado da dívida em relação ao PIB. Um alteração de 1 ponto percentual nos índices de inflação para cima ou para baixo, mantida por 12 meses, leva à variação no mesmo sentido de 0,11 ponto percentual na relação entre a dívida e o PIB. Nesse caso, a variação é de R$ 5,2 bilhões.
A dívida líquida do setor público é um balanço de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais e das empresas estatais. Outro indicador fiscal divulgado pelo BC é a dívida bruta do governo geral (governos federal, estaduais e municipais), muito utilizado para fazer comparações com outros países.
O Banco Central também informou hoje que a dívida bruta do governo geral (governo federal, Previdência Social, governos estaduais e municipais) alcançou R$ 2,243 trilhões, o que representou 54,3% do PIB, em dezembro. Para janeiro, a previsão é de 54,1% do PIB.
Edição: Juliana Andrade