Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Apesar de o Brasil ter registrado queda de 11% nos casos de hanseníase em menores de 15 anos de idade, a incidência da doença entre crianças e adolescentes continua acima da média nacional em 13 estados.
Em 2011, existiam 4,77 casos em menores de 15 anos por grupo de 100 mil habitantes. Em estados como o Tocantins, a taxa é bastante superior à nacional. A unidade da Federação lidera o ranking com 20,86 casos por grupo de 100 mil habitantes dessa faixa etária. Em seguida, aparecem Mato Grosso (17,96), o Maranhão (17,21), Pará (16,9) e Pernambuco (11,96), conforme dados divulgados hoje (26) pelo Ministério da Saúde.
A incidência da hanseníase em crianças e adolescentes é um alerta de que a doença persiste e sinaliza falha na detecção de novos casos entre adultos. “Se tem uma criança com hanseníase, provavelmente há um adulto naquela casa ou na redondeza, com a doença ,que não foi tratado”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Para controlar a doença na infância, o ministério quer estimular as secretarias de Saúde dos estados e municípios a fazer uma busca ativa, ou seja, encontrar pessoas com sintomas que ainda não procuraram atendimento médico. Uma das ideias, segundo o secretário, é fazer uma triagem nas escolas e nas casas dos estudantes.
No ano passado, 30.298 casos novos foram registrados no país. Do total, 2.192 notificados na população menor de 15 anos de idade, uma queda de 11% em comparação a 2010 (2.461). Dados da pasta mostram redução de 15% nos casos novos totais, de 2010 a 2011.
A hanseníase é transmitida no contato entre as pessoas. Os primeiros sinais da doença são manchas brancas e avermelhadas no corpo, que ficam dormentes e sem sensibilidade ao calor, frio ou toque. A doença afeta a pele e os nervos dos braços, mãos, pés, pernas, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas demora de dois a cinco anos.
A hanseníase tem cura e o doente deixa de transmiti-la a outros assim que começa a se tratar. Disponível na rede pública, o tratamento dura de seis meses a um ano e consiste em um coquetel de comprimidos diários. O paciente pode tomá-los em casa e ir ao médico somente uma vez por mês para acompanhamento.
Edição: Lana Cristina