Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O fundador da Sociedade Francesa de Implantes Mamários Poly Implant Prothese (PIP), Jean-Cleaude Mas, foi preso pela polícia da França. O francês foi detido na casa da namorada e está sob custódia da Justiça, segundo as autoridades policiais. No começo deste ano, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu "transparência total" na busca por solução do caso das próteses mamárias da empresa envolvida no escândalo mundial.
Sob falência desde março de 2010, a empresa PIP é acusada de usar um gel industrial nas próteses, em substituição ao gel médico, cuja suspeita principal é que provoque rupturas nos implantes. O material foi exportado para vários países, entre eles o Brasil.
De acordo com dados oficiais das autoridades francesas, a PIP produzia cerca de 100 mil implantes por ano, dos quais 84% eram exportados principalmente para a América Latina, a Espanha e o Reino Unido. A estimativa é que cerca de 400 a 500 mil mulheres colocaram implantes PIP no mundo.
Na França, pelo menos 20 casos de câncer foram detectados em mulheres com implantes, sendo que 16 eram de tumor na mama. Porém, os especialistas dizem que ainda não se pode fazer uma relação de causa e efeito. O governo francês recomendou a 30 mil mulheres no país que retirem os implantes. Na Alemanha e Holanda, houve a mesma orientação.
No Brasil, a estimativa é que 19,5 mil mulheres tenham próteses nos seios com silicone industrial das marcas Rofil e PIP. Porém, não há informações precisas sobre quantas apresentaram problemas. A recomendação das autoridades é que as mulheres procurem os médicos para serem submetidas a uma avaliação.
*Com informações da Agência Lusa
Edição: Talita Cavalcante