Da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação Brasileira da Indústria e Exportadora de Carne Suína, Paulo Camargo, comemorou a aprovação das norte-americanas para a aquisição dos produtos brasileiros, abrindo o mercado para o setor nacional. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele disse que o primeiro obstáculo a ser superado pelos brasileiros é obter a aprovação da “sanidade” pelos estrangeiros.
A decisão dos norte-americanos foi anunciada há dez dias pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), que reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne suína e autorizou a habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina para exportação de carne suína in natura para o país.
Camargo disse ontem (19) que as exigências feitas pelos estrangeiros são muitas, principalmente no que se refere à saúde animal. Segundo ele, os norte-americanos têm dificuldade de entender o processo de vacinação contra a febre aftosa feito no Brasil. A vacina é vista por eles como um risco e não como uma segurança. A doença é rara em suínos.
“Quando vacinamos, eles [os norte-americanos] falam que estamos com medo da aftosa, então já não [querem mais] comprar [a carne brasileira]. Eles dizem assim: 'Aqui [nos EUA] nós não vacinamos, não tem o vírus da aftosa estamos tranquilos há muitos anos'”, explicou Camargo. “Eles [os norte-americanos] só aprovaram [a carne] de Santa Catarina que não é vacinada.”
Apesar das dificuldades, Camargo está otimista. De acordo com ele, a tendência é aumentar a exportação da carne suína brasileira. “O mercado tem muito a crescer. As exportações são pequenas e concentradas em poucos países. Nosso objetivo é exportar para outros países, como o Japão, que é o maior importador mundial, com 1,2 milhão de toneladas”, disse.
Em defesa à qualidade da carne suína nacional, Camargo disse que foram feitas três pesquisas de opinião para verificar o que pensa o consumidor brasileiro. Segundo ele, o resultado mostra que a carne suína é a “mais saborosa”.
“Antes, havia um preconceito de que a carne era suja e gordurosa e aumentava o colesterol. Na última pesquisa, a população percebeu que é uma carne de granja [tratada com qualidade]”, disse Camargo.
Edição: Talita Cavalcante