Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Nos mesmos moldes do ano passado, a procissão em homenagem a São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, reuniu quase 50 mil fiéis na caminhada de oito quilômetros entre a igreja que leva o nome do padroeiro, na zona norte da cidade, e a Catedral do Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense.
“A diferença é que, este ano, estamos com uma motivação para os 450 anos do Rio de Janeiro. Estamos divulgando um movimento da memória histórica da cidade e esta festa [a procissão] já é abertura da preparação de três anos”, explicou o pároco da Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, frei Paulo Roberto.
Para o pároco, a festa mostrou que os cariocas estão se aproximando mais da religião. “O que a gente tem sentido é a busca das pessoas pelo sagrado. As pessoas têm chegado, principalmente por causa das epidemias que vêm se alastrando na sociedade, como a epidemia moral, a epidemia do álcool e do crack. Isso tudo são motivações para que as pessoas venham pedir para São Sebastião a sua intercessão, porque ele é o patrono contra as epidemias”, explicou o religioso.
O cortejo foi conduzido pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, ao lado do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que garantiu ser devoto do santo. “Qual carioca não é? É nosso padroeiro e é um santo que tem uma história muito bonita. É muito bom a gente receber essas bençãos e essa proteção no dia de hoje. Que ele continue protegendo a cidade do Rio de Janeiro e cuidando da gente”, pediu Paes.
Entre os fiéis, os pedidos de paz para a cidade eram unânimes. “Para a cidade, tem que pedir muita paz. Tem acontecido muita violência, a gente anda com medo”, disse a mineira Maria Aparecida de Resende que mora no Rio há três anos e não perde uma só festa em homenagem a São Sebastião.
O aposentado Tiago Manoel Francisco fez coro. “Pedi força e saúde para a cidade e para acabar com a violência que está demais”. Aos 84 anos, seu Tiago garante que não desanima e diz que tem um forte motivo para continuar participando da tradicional procissão. “Todas as missas eu vou e essa de hoje é especial. Já fiz o pedido e recebi a graça. Tenho que agradecer. Vou e volto a pé na procissão, com os meus 84 anos de idade nas costas”.
Edição: Lana Cristina