Da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Michel Platini, informou hoje (18), após visita ao Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda, que cinco agentes foram afastados do contato direto com os presos, após denúncia de que os detidos naquela unidade tinham sido vítimas de violência no último dia 7. Segundo Platini, mais um funcionário da penitenciária deverá ser afastado do trabalho com os presos.
É a segunda visita de representantes do conselho ao complexo penitenciário em menos de uma semana. Eles estiveram lá no último sábado, depois que parentes dos presos denunciaram a violência e os maus-tratos na unidade. Na vistoria de sábado, Platini disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes de celas de uma das alas do centro de detenção, além de marcas e machucados em alguns internos.
"Hoje (18) fizemos a vistoria acompanhados pelo diretor do CDP e de agentes penitenciários. Os 40 agentes que estavam trabalhando no dia das agressões serão chamados para prestar esclarecimentos. As queixas dos internos vão além da violência constante a que esão submetidos", ressaltou Platini. De acordo com os detentos, há também problemas de superlotação e falta de colchões e cobertores. Outra queixa é da má qualidade da alimentação servida à comunidade carcerária.
O objetivo da visita de hoje foi verificar a situação dos internos e averiguar os apontamentos surgidos no relatório inicial. "Além disso, entregamos o relatório da primeira visita ao diretor do presídio, e estamos reavaliando se o corredor polonês [denunciado pelos presos] realmente aconteceu no corredor da Ala A do Bloco 2", explicou o presidente do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.
Ainda de acordo com Platini, existem outras questões que serão acompanhadas pelo conselho para garantir os direitos e as condições básicas da população carcerária dentro da Papuda. “A vinda do conselho, aqui, foi importante para restabelecer a questão das demandas coletivas dos internos, como o serviço médico e outras questões apontadas por eles, que terão um acompanhamento mais incisivo.”
Os internos da Ala A do Bloco 2 do CDP contaram que, no dia 7 deste mês, um corredor polonês foi organizado pelos agentes carcerários após a suspeita de que estaria sendo planejada uma rebelião. Nove internos, que ficaram muito machucados, alegaram ter sido espancados. Em uma parede em frente às celas do Bloco 2, eram visíveis as marcas de sangue.
Após as denúncias de agressões aos internos, a Defensoria Pública solicitou uma perícia no local e exames nos nove detentos. A convite do conselho, participaram também da visita de hoje membros da Defensoria Pública do Distrito Federal e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.
Edição: Nádia Franco