Roberta Lopes*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A União Europeia deve aprovar no dia 23 de janeiro – data da próxima reunião de ministros de negócios estrangeiros europeus – um novo pacote de sanções contra o Irã que visa a afetar os setores petrolífero e bancário.
Segundo o chefe da diplomacia dinamarquesa, Villy Soevndal, a reunião estava prevista para o dia 30, mas foi antecipada. A Dinamarca ocupa a presidência temporária da UE.
Soevndal justificou as sanções pelo surgimento de novas informações sobre o enriquecimento de urânio numa segunda central nuclear que “reforçam a impressão de que eles não querem respeitar as regras internacionais”, disse.
“Devemos aumentar a pressão para que regressem à mesa das negociações”, disse o ministro.
No início desta semana, o Irã foi acusado de estar enriquecendo urânio a quase 20% numa central nuclear em Fordo. Contudo, o representante do país na Agência Internacional de Internacional de Energia Atômica (Aiea) disse que essa instalação é supervisionada pela agência.
No início de janeiro, os países da UE chegaram a um acordo sobre um embargo petrolífero ao Irã, mas os detalhes ainda precisam ser acertados.
Os países que dependem em parte das importações petrolíferas iranianas, como a Grécia, a Itália e a Espanha, procuram encontrar fontes alternativas e, para isso, atrasaram a entrada em vigor do embargo.
Sobre essa questão, o ministro dinamarquês considerou que “países do Golfo, como a Arábia Saudita ou o Kuwait, teriam grande interesse em aumentar a sua produção”.
Soevdnal afirmou que os países europeus também deverão aprovar sanções adicionais contra o regime sírio em face da manutenção da repressão à população por parte do governo de Bashar Al Assad.
A UE aprovou em 2 de dezembro um pacote de sanções contra a Síria que visou o setor petrolífero e proibiu a exportação de equipamentos para as indústrias petrolíferas e de gás do país. O novo pacote em estudo deve incluir também sanções financeiras.
Na Síria, os protestos contra o regime de Assad têm sido reprimidos de forma violenta. Milhares de manifestantes morreram por causa dos confrontos. O governo sírio acusa as potências estrangeiras de estarem por trás das manifestações.
* Com informações da Agência Lusa // Edição: Lílian Beraldo