Moradores de Jamapará são autorizados a retirar objetos das casas interditadas

11/01/2012 - 13h33

Isabela Vieira
Enviada Especial

Sapucaia (RJ) – Depois de três dias do deslizamento provocado pelas chuvas que matou pelo menos 13 pessoas em Sapucaia, no centro-sul fluminense, famílias que tiveram as moradias interditadas em área de risco, no distrito de Jamapará, puderam hoje (11) retornar para retirar móveis e objetos. Ao serem retirados de suas casas, os moradores só tiveram autorização da Defesa Civil para pegar pertences de uso pessoal.

Paralelo ao trabalho dos bombeiros, que ainda buscam corpos no local do deslizamento, a retirada dos objetos começou cedo, às 8h, e contou com a participação de vizinhos, parentes e amigos dos moradores da Rua dos Barros, onde na madrugada da última segunda-feira (9) pelo menos nove casas desabaram.

“Tirei tudo o que podia: colchão, cama, material de cozinha e umas coisinhas como enfeites”, disse Kátia Vieira, de 38 anos. “Só não deu para tirar os armários porque são pesados e não dá para desmontar rápido”. Ela levou seus móveis para um galpão cedido por um comerciante do local.

Alguns moradores da Rua dos Barros, no entanto, não têm para onde levar seus pertences e terão que abandoná-los. É o caso da aposentada Eni Maria da Conceição, de 65 anos. “A casa da minha filha, onde estou, é muito pequena, não cabe mais nada”, disse. Para ela, agora, o maior desafio é convencer o marido que não dá mais para voltar para casa.

“Eu não quero descer daqui, vou morar de favor, de aluguel?”, pergunta João Batista, de 68 anos, à esposa. Eles moravam na residência há pelo menos 40 anos e que agora está interditada.

Quem ainda não tinha visitado a própria casa desde a tragédia foi surpreendido hoje com a autorização para salvar os móveis. “O que está acontecendo, vou poder entrar em casa?”, perguntou uma moradora ao major do Corpo de Bombeiros Sidney Gonçalves, que coordena a ajuda na localidade. Segundo os vizinhos, ela tinha se mudado há apenas dois meses.

Edição: Fernando Fraga