Da Agência Brasil
Brasília – Em meio à ausência de respostas das autoridades públicas da capital piauiense aos apelos dos estudantes que reivindicam a suspensão do reajuste das tarifas dos ônibus urbanos e alterações no sistema de integração, manifestantes organizam para hoje (11) mais um protesto. Os protestos já duram oito dias. Ontem (10), policiais entraram em confronto com os estudantes usando bombas de efeito moral e balas de borracha.
Os protestos tiveram início quando a prefeitura reajustou o valor das passagens de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10. Os manifestantes também reivindicam modificações no sistema de integração de transporte urbano que consideram inapropriado.
O coordenador de Formação Política do Diretório Central de Estudantes (DCE) do Piauí, Floro Mauel, disse que a concentração ocorrerá a partir das primeiras horas desta tarde, na Praça da Fripisa, no centro de Teresina. De lá, os estudantes caminharão até a prefeitura.
Mauel disse que a ideia é tentar negociar diretamente com o prefeito de Teresina, Elmano Férrer. Caso ele não receba os estudantes, o coordenador do grupo informou que os manifestantes seguirão para a avenida Frei Serafim, principal avenida de Teresina.
Ele acrescentou ainda que o DCE preparou ofício para a Câmara Municipal e a Prefeitura de Teresina. No documento, os estudantes formalizam a proposta de manutenção do antigo valor da passagem de ônibus – fixado em R$ 1,90 – e do ajuste do uso do cartão integração. Os estudantes reclamam que o sistema adotado no município é ineficiente, pois o tempo de espera entre um veículo e outro pode ultrapassar uma hora.
“O protesto é legítimo e a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] está fazendo uma intermediação entre os estudantes e o governo”, disse o advogado Enzio Samuel, que defende a causa pelo lado do DCE. Segundo ele, a luta dos estudantes vai além de garantir a permanência do valor da passagem em R$ 1,90. “A luta é pelo sistema de transporte público de qualidade, que está sucateado”, disse o advogado.
De acordo com a assessoria da OAB-PI, o presidente do órgão, Sigifroi Moreno Filho, vai se reunir amanhã (12) com o Conselho Seccional para decidir como o órgão vai se posicionar no caso.
Edição: Lílian Beraldo