Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa de inadimplência tem tendência de acomodação, disse hoje (21) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Em novembro, a inadimplência, considerando atrasos superiores a 90 dias, subiu para as famílias ao ficar em 7,3%, alta de 0,2 ponto percentual em relação a outubro. Para as empresas, a inadimplência ficou estável em 4%.
Segundo a avaliação de Maciel, os atrasos inferiores a 90 dias mostraram recuo de 0,4 ponto percentual para pessoas físicas. De acordo com ele, esse é um indicador de que a inadimplência deve se acomodar.
Nos últimos meses, segundo Maciel, o financiamento de veículos, que cresceu fortemente em 2010 (alta de cerca de 50% em relação a 2009), tem elevado a inadimplência. Em novembro deste ano, essa modalidade de crédito apresentou saldo de R$ 170,499 bilhões, crescimento de 25,1% em 12 meses. “É uma modalidade representativa, importante”, disse Maciel. A inadimplência nessa modalidade, para pessoas físicas, passou de 2,5%, em dezembro de 2010, para 4,9% em novembro deste ano.
Sobre as taxas de juros, na avaliação de Maciel, há uma tendência de queda, influenciada pela redução de 1,5 ponto percentual, desde agosto deste ano, da taxa básica de juros, a Selic, que serve de parâmetro para as taxas de crédito. Outro fator é a reversão parcial das medidas de restrição ao crédito.
De acordo com os dados do BC, em novembro, as famílias pagaram menos pelos empréstimos. A taxa média de juros cobrada das pessoas físicas caiu 2,4 pontos percentuais para 44,7% ao ano, de outubro para o mês passado. No caso das empresas, a taxa permaneceu em 29,8% ao ano, nesse período.
Nos seis primeiros dias úteis deste mês, a taxa de juros para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual em relação ao final de novembro. Para as empresas, a queda chegou a 0,4 ponto percentual.
Edição: Talita Cavalcante