Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O vazamento de óleo de um navio da empresa Modec, na Baía de Ilha Grande, no sábado (17), foi pequeno, mas atingiu uma área ambiental sensível, segundo avaliação do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. “Foram [despejados] 10 mil litros [de óleo] na Baía de Ilha Grande. Quando eu sobrevoei ontem (18) o local, vi que a área mais atingida era o entorno da Ilha dos Porcos. O óleo chegou à Praia do Bonfim, em Angra dos Reis, e um pouco também ao Saco do Mamanguá, em Paraty”, disse o secretário.
Baseado no alcance da poluição, Minc calculou o valor da multa. “A base da multa vai ser R$ 10 milhões. Imagino que pode ser até mais, por ter atingido as praias. Mas isso é independente da reparação.” O acidente, segundo Minc, acelerou a decisão de implantar uma área de proteção ambiental (APA) marinha na Baía de Ilha Grande.
“O governador Sergio Cabral vai assinar [o ato que cria a APA] até o fim de janeiro e isso vai estabelecer normas, planejamento e zonas de exclusão para que os navios petroleiros não ancorem a 1 quilômetro da Ilha Grande, os navios com minérios não ancorem na área de reprodução das tartarugas e não atropelem os botos-cinzas porque, se eles acabarem, vamos ter que tirá-los da nossa bandeira [do município do Rio].”
O secretário também disse que foi negado à Petrobras a expansão do terminal da Baía de Ilha Grande. “Nós não autorizamos essa duplicação. Somos a favor do emprego e do desenvolvimento, mas não queremos que algumas atividades destruam outras, como a pesca, o turismo e a preservação deste riquíssimo e importante ecossistema. Não vamos permitir que a Baía de Ilha Grande vire uma banheira de óleo derramado.”
Edição: Vinicius Doria