Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Começou hoje (14), no Rio de Janeiro, o 1º Seminário de Gestão Pública em Áreas Pacificadas, com o objetivo de reunir representantes do meio acadêmico, da sociedade civil e do governo do estado do Rio para discutir políticas públicas para as favelas e bairros que receberam as unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Segundo informou à Agência Brasil o superintendente de Territórios da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Daniel Misse, que organiza o encontro, outro objetivo é repensar o programa de gestão social do estado, chamado Territórios da Paz, “como forma de interlocução da sociedade civil com o governo fluminense”. Além disso, o seminário se propõe a iniciar o planejamento de políticas públicas de longo prazo para essas áreas. “No curto prazo, é muito difícil”, comentou.
Na avaliação de Misse, a implantação das UPPs nas comunidades carentes do Rio de Janeiro mostra bons resultados. “Você tinha um clima de guerra instaurado nessas comunidades e, agora, existe a possibilidade de diálogo e a entrada do Estado de forma qualificada. Porque, antes, o Estado entrava de forma escusa, com alguns acordos por baixo do pano com traficantes locais”. Atualmente, esclarece o superintendente, o Estado pode entrar nas comunidades, sem negociação, por meio de uma composição com a sociedade civil organizada, para prestar os serviços públicos que os moradores demandam.
“Você não pode pensar política de segurança sem pensar em política social. Porque senão, a política de segurança vai ser falha, como aconteceu outras vezes”. Daniel Misse informou, entretanto, que as UPPs não significam somente benefícios. Os moradores das comunidades pacificadas reclamam, entre outros problemas, da falência da economia local, do empobrecimento e do excesso de serviços ofertados. “Tem de tudo”.
Do lado das reivindicações, as principais carências estão nos serviços públicos básicos, como saneamento, abastecimento de água, coleta de lixo, iluminação pública, além da questão das remoções de moradores de áreas de risco. O seminário termina na sexta-feira (16).
Edição: Vinicius Doria