Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou de 3,4% para 2,8% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. O resultado “está aquém da média mundial”, que deverá ficar em 4%, e distante da média de expansão do PIB das economias emergentes, 6,4%. Para 2012, a projeção da confederação é que a economia cresça 3%.
A estimativa de expansão do PIB industrial passou de 2,2% para 1,8%, este ano. A expectativa para 2012 é que haja um crescimento de 2,3%. Entre os motivos para a reestimativa, informou a CNI, estão os novos desdobramentos da crise mundial, “com impactos da desaceleração da economia global no Brasil”. De acordo com a entidade, a menor atividade econômica da indústria limitou a expansão do PIB em 2011 e, dessa forma, o cenário será de baixo crescimento em 2012.
A confederação também reduziu a projeção para a expansão do consumo das famílias, um dos mecanismos do governo para equilibrar a economia. Na nova estimativa, o indicador passou de 4,5% para 4,2% neste ano. Em 2012, a estimativa é que caia para 4%. A taxa de desemprego, na perspectiva da CNI, ficará praticamente estável, passando de 6%, em 2011, para 5,8, em 2012.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá, nas projeções da CNI, de 6,5%, em 2011, para 5,2%, no ano que vem. A taxa de juros nominal deve diminuir de 11%, este ano, para 10%, ao final de 2012. Já a taxa real de juros [descontada a inflação pelo IPCA], passaria de 4,8% para 4,4% no período.
Pelas projeções da CNI, o déficit público nominal em proporção do PIB será reduzido de 2,75% para 2,6% até o final de 2012 e o superávito primário, de 3,25% para 3%. Outra redução prevista no período é a da dívida pública líquida, com queda de 39,1% para 38,6% em relação ao PIB.
O câmbio foi estimado em R$ 1,80, ao final de 2012, ante R$ 1,67 de 2011. No caso das exportações, a projeção da CNI neste ano ficou em US$ 253,9 bilhões e, para 2012, em US$ 275,4 bilhões. Já as importações crescerão de US$ 225,1 bilhões para US$ 254,6 bilhões na mesma comparação. Com isso, o saldo comercial brasileiro deve cair de US$ 28,8 bilhões, em 2011, para US$ 20,8 bilhões, ao final de 2012. Dessa forma, o saldo em conta-corrente, um dos principais indicadores das contas externas brasileiras, deve registrar déficit de US$ 56 bilhões, em 2012, ante os US$ 50 bilhões de 2011.
Edição: Juliana Andrade