Paula Laboissière*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Promotores encarregados do processo contra Ilich Ramirez Sanchez – conhecido como Carlos, O Chacal – pediram hoje (14), em um tribunal especial em Paris, a condenação do venezuelano a prisão perpétua.
Ele é acusado de uma série de atos terroristas nos anos 70 e 80. Entre os crimes, está a explosão de uma bomba no trem que fazia o trajeto Paris-Toulouse, em 1982, que deixou cinco mortos. Chacal é apontado como o responsável por, pelo menos, 20 mortes em 14 atentados cometidos em diversos países.
O veredicto do julgamento, que começou há cinco semanas, deve ser anunciado amanhã (15) ou na próxima sexta-feira (16) por sete magistrados.
Segundo a acusação, os atentados terroristas do qual ele teria sido cúmplice tinham como objetivo liberar dois membros do seu grupo: a alemã Magdalena Kopp e o suíço Bruno Breguet detidos em Paris, em fevereiro de 1982, portando armas e explosivos.
A promotoria de Paris também pediu a prisão perpétua para mais dois acusados no caso: o alemão Johannes Weinrich, antigo braço-direito de Carlos, preso na Alemanha por outros crimes; e o palestino Ali Kamal Al Issawi, que está foragido. A alemã Christa Fröhlich, também foragida, foi alvo de um pedido de 15 anos de prisão por sua participação em um dos atentados.
De acordo com especialistas, os crimes cometidos por Chacal no exterior não devem ser julgados. O venezuelano ganhou o apelido depois que a polícia francesa encontrou no seu apartamento o livro O Dia do Chacal, de Fredéric Forsyth – que conta a história de um matador frio e calculista sem nome e ligado a um grupo de extrema direita.
Ele se define como um “revolucionário profissional” e virou uma espécie de referência no terrorismo depois de um sequestro com reféns na sede de Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena, em 1975.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI // Edição: Lílian Beraldo